quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

SEMPRE !

Pela quadra Natalícia
Todos querem dar a mão
Fazem-se promessas de Amor
Mas é tudo uma ilusão


Abraçam-se causas enormes
Muitas, em nome de Jesus
Mas bem perto está um vizinho
Pede auxílio de mansinho
E nem se acende uma luz


Muitas filas, imensa gente
Numa correria infernal
Atropela-se toda a gente
Para comprar um “Bom Presente”
Mas falta o essencial


Que tal dar mais atenção
Estender a nossa mão
Ser um ser especial ?


Ponham de lado as vaidades
E repensem nestas verdades!


Honremos a palavra NATAL
Sejamos seres bem melhores
Transmitamos à pequenada
Nesta época encantada
Amor e grandes valores

Dezembro 2009

Fany

NATAL

Amor
Aliança
Luz
Esperança

Muito, lembram-se dos pobres
Camuflam o seu egoísmo
Campanhas de solidariedade
Algumas só por vaidade
Procuram protagonismo

Mas pobreza, há todo o ano
Vive por vezes ao nosso lado
Será que só por ser Natal
Tudo quer ser especial
E fica tudo perdoado?

Dar, não é sinónimo de dinheiro!
Um carinho
Uma palavra
Uma atenção redobrada
Podem fazer muito
E não nos custam nada

Dia a dia se constrói
Se dão provas de generosidade
Não esperemos esta quadra
Para estarmos de mão dada
Seja nosso lema ……a caridade!
2011-11-30

Fany

NATAL

Amor
Aliança
Luz
Esperança

Muito, lembram-se dos pobres
Camuflam o seu egoísmo
Campanhas de solidariedade
Algumas só por vaidade
Procuram protagonismo

Mas pobreza, há todo o ano
Vive por vezes ao nosso lado
Será que só por ser Natal
Tudo quer ser especial
E fica tudo perdoado?

Dar, não é sinónimo de dinheiro!
Um carinho
Uma palavra
Uma atenção redobrada
Podem fazer muito
E não nos custam nada

Dia a dia se constrói
Se dão provas de generosidade
Não esperemos esta quadra
Para estarmos de mão dada
Seja nosso lema ……a caridade!
2011-11-30

Fany

É Natal!

Acolhemos, com muita alegria, as criações poéticas dos nossos alunos do Centro Escolar de Alcobaça, que, com a orientação da Professora Patrícia, escreveram estas palavras, sobre o Natal.
Feliz Natal para todos!


Por esta altura

Por esta altura
Radiantes estamos,
Está a chegar o Natal!
Sentimos alegria pois
É tempo de amor e partilha.
Presentes deram os reis magos:
Incenso, mirra e
Ouro ao Menino Jesus!



No Natal
Abrimos os presentes e
Tão felizes ficamos!
A família reúne-se em
Laços de amor e alegria!


Alunos do Centro Escolar, 2º ano, Professora Patrícia

Já passou o tempo em que esperava em vão

Já passou o tempo em que esperava em vão
em que pensava que era uma pessoa feliz
desde aquele dia iluminaste o meu coração
és tu e só tu aquilo que eu sempre quis.

Não nego que sinto uma enorme saudade
mas sei que tudo um dia irá passar
quero ficar contigo uma eternidade
quero estar a teu lado para que em mim possas acreditar.

Nunca senti nada assim tão real
algo tão forte, tão firme e indestrutível
nunca duvides de que és especial
pois no meu olhar este sentimento é bem visível.

Então abraça-me e não embarques nessa viagem
onde sabes que o tempo não irá facilitar
olho para o relógio e mais pareces uma miragem
conto todos os segundos que faltam para te poder abraçar.
Inês

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Às vezes

Às vezes
Dizemos
O que não devemos dizer…
Ouvimos
O que não devemos ouvir…
Choramos
Por algo que não devemos chorar…
Sabes porquê?
Porque às vezes
Amamos
Quem não devemos amar!!!

Andreia Resende

As cores da poesia

As cores da poesia
No Outono as folhas caem
De todos os tons e cores
Muda-se também a comida
Mudam-se também os sabores

A poesia e a pintura
Dão largas à imaginação
E todos os anos no Outono
Toca-se uma nova canção

A chuva e a geada
Tornam os dias insuportáveis
Lembramo-nos então do Verão
E dos seus dias agradáveis

As palavras e as notas
Voam todas no ar
No papel e nas pautas musicais
Só temos de as apanhar

Numa época tão bonita
É tão fácil inventar
Menos o poema que a professora mandou
Esse já custa a conjecturar…



Maria Teresa Manzarra, 9ºB

Asas feridas

Quebraram-me as asas
Em criança,
Impediram-me de voar.
Prenderam a minha alma,
Não me deixaram sonhar


Entre medos e silêncios
Fui calando o que sentia
Fui crescendo inibida
Sendo de tudo proibida
Um mundo sem fantasia.


E cresci com sentimentos
De temor e insegurança
Percorri a adolescência
Numa enorme turbulência
Não guardo boa lembrança.


E o tempo foi passando
Deixando algo profundo
Perguntas por responder
Da vida, nada saber
Sem preparo para o mundo


Nunca impeçam um ser
De voar
De sonhar
Facilitem-lhe o saber
Dêem-lhe espaço para aprender
Ensinem-lhe o que é Amar.

Setembro 2009

Fany




Quebraram-me as asas .
Em criança,
Impediram-me de voar.
Prenderam a minha alma
Não me deixaram sonhar


Entre medos e silêncios
Fui calando o que sentia
Fui crescendo inibida
Sendo de tudo proibida
Um mundo sem fantasia.


E cresci com sentimentos
De temor e insegurança
Percorri a adolescência
Numa enorme turbulência
Não guardo boa lembrança.


E o tempo foi passando
Deixando algo profundo
Perguntas por responder
Da vida, nada saber
Sem preparo para o mundo


Nunca impeçam um ser
De voar
De sonhar
Facilitem-lhe o saber
Dêem-lhe espaço para aprender
Ensinem-lhe o que é Amar.

Setembro 2009

Fany

Quando vais soltar de novo esse olhar

Quando vais soltar de novo esse olhar

que lentamente me queima por dentro

sinto falta de te ver de novo brilhar

pois és tu e só tu onde eu me centro.



Ando nesta estrada de passagem

a tentar encontrar uma solução

sei que naquela manhã não foste uma miragem

de facto és muito mais do que purailusão.



Não sei onde ficar e os dias sãobanais

não sei onde pertenço nem quem sou

um "talvez" na nossahistória não é nada mais

do que aquilo que na minha memória ficou.



Saudade é algo que sinto no dia a dia

algo que aperta com força o coração

o que fizeste na minha vida foi pura magia

algo que fica para sempre como recordação.

Inês

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Errar

Fazer o que querer
Por vezes acabamos a perder.
Não queria mesmo vos desiludir
E sei que o fiz.

Mas agora não há volta a dar
Aprendemos com o verbo errar
E com o verbo recuperar,
Por muito que possa explicar
Nunca vou encontrar
Explicação possível,
Que corrigir o incorrigível!

Não consigo explicar o que sinto
Não quero repetir
Mas se disser “-nunca mais”,
Talvez minto.

Não vou por maus caminhos
Nem por poças e espinhos,
Estou a descobrir…
Sei que não devia,
Mas a verdade e que me apetecia,
E o desejar sobrepôs-se ao superar
E daí gerou o fracassar.

Só resta aprender
E viver

Elsa Silvestre

Procura a Felicidade

No esplendor da juventude
Sem se antever a velhice
Vive-se a vida a correr
Ávidos de tudo querer
Esvai-se….. a meninice

Vive-se, sem se viver
Julga-se, sem se saber

Valoriza-se o efémero
O supérfluo e a vaidade
Procura-se incessantemente
O óbvio, o incoerente
Esquece-se a Felicidade

Então
Vem a desilusão
O vazio, a solidão
E surge a tal depressão

Falta amares-te a ti próprio
Viver com o coração
Louvar o que existe na vida
Agradecer, dar a mão

É tempo de mais Amor
Ouve o teu interior!

Alcança o “tal segredo “
Que dentro de ti existe
Agarra o bom pensamento
Agradece cada momento
Sê Feliz, persiste !

A vida é curta que baste
Por si só, o tempo voa
Tu muito podes fazer:
Valoriza o aprender
Ama todo e qualquer Ser
E cresce para perceber
A dádiva do teu viver



Fanny

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Amostra Sem Valor

"Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível;
com ele se entretém
e se julga intangível.


Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.


Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo."

António Gedeão

Onde está a paz do mundo?

Onde está a paz deste mundo?
Em que lugar?
Preciso de saber
Para acabar com esta guerra…!
Acabar com este sofrimento
Que muitos partilham…
A única coisa que eu desejo intensamente
É que haja paz
No nosso mundo…!

Andreia Resende, 8º G

Nem sempre sou forte!

Quando menos esperamos
Tudo pode mudar
Na vida tudo é a acaso
Não podemos controlar

Em cada simples dia
Algo de novo achamos
Sem mapa ou bússola
Desorientados mergulhamos

Ao nascer do dia
Nada me parece orientar
Mas na hora da escuridão
Tudo consigo conquistar

De que me serve achar
Que sou a maior
Quando no fundo nada conheço
E por final só vem o pior?

A cada segundo peço
Um pequeno e simples sinal
Não quero desistir disto
Porque o vivo com um ar triunfal!

Noémia Simões

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Para Escrever o Poema

O poeta quer escrever sobre um pássaro:
e o pássaro foge-lhe do verso.
O poeta quer escrever sobre a maçã:
e a maçã cai-lhe do ramo onde a pousou.


O poeta quer escrever sobre uma flor:
e a flor murcha no jarro da estrofe.


Então, o poeta faz uma gaiola de palavras
para o pássaro não fugir.


Então, o poeta chama pela serpente
para que ela convença Eva a morder a maçã.
Então, o poeta põe água na estrofe
para que a flor não murche.


Mas um pássaro não canta
quando o fecham na gaiola.


A serpente não sai da terra
porque Eva tem medo de serpentes.


E a água que devia manter viva a flor
escorre por entre os versos.


E quando o poeta pousou a caneta,
o pássaro começou a voar,
Eva correu por entre as macieiras
e todas as flores nasceram da terra.
O poeta voltou a pegar na caneta,
escreveu o que tinha visto,
e o poema ficou feito.

Nuno Júdice

Amigo

Amigo
Não magoa,
Não trai
Não fala por falar.

Amigo
Não julga,
Não se importa com as aparências.

Amigo
É mesmo amigo
Amigo é a verdade.

Andreia Resende 8º G

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Um tesouro

A poesia esconde-se a cada canto da nossa vida, a inspiração que muitas vezes teimamos em não deixar dominar-nos, a pretexto que não temos jeito para escrever em verso, espreita em cada um dos nossos gestos, basta fechar os olhos, deixar fluir as emoções e esperar que a caneta desenhe a nossa alma de poeta, o resultado pode surpreender-nos ou surpreender se o partilharmos.
Aqui fica um bom exemplo de partilha neste poema coletivo elaborado pelos alunos do 9º B, que após a leitura e interpretação do conto "O tesouro" de Eça de Queirós, recontaram a história em verso.
Muitos parabéns!!!

O Tesouro

Havia em Medranhos
Três fidalgos muito estranhos
Viviam rotos e pobres,
Não viviam como nobres
Numa manhã de primavera,
Que tal alegria nunca lhes dera,
Encontraram um tesouro
Cheio de dobrões de ouro.
Mas este, muita desconfiança causou
E cada um, uma chave tirou.
Enquanto Guanes foi à civilização
Rui, o seu plano pôs em ação.
Numa emboscada
Por Rui planeada,
Guanes levou uma facada.
Rostabal, que a facada deu
Às mãos de Rui, também morreu.
Rui pensara
Que o seu plano triunfara,
Mas Guanes a perna lhe passara.
Quando o vinho bebeu,
A sua vida perdeu.
Assim a vida de todos terminara
Sem ouro e sem nada.

Poema coletivo dos alunos do 9º B

No meio de todo este barulho ensurdecedor

No meio de todo este barulho ensurdecedor

tento lembrar-me de todas aquelas feições

procuro por ti tentando fugir ao clamor

de rostos em que trespassa o medo e as desilusões.



O amanhecer permanece gelado

e eu já sem uma única razão

tento ficar uma última vez a teu lado

mesmo no meio de toda esta confusão.



Olhos nos olhos quero achar

uma forma de te dizer

que é contigo que eu quero ficar

sabendo os riscos que isto pode trazer.



O tempo por nós passou

mas aquela memória não desaparece

sei que em mim nada mudou

pois quem ama nunca esquece.

Inês

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Quando olhei para os teus olhos

Teus olhos cruzaram oceanos
Longamente tristes,
Sequiosos
Como flor aberta
Nas sombras em busca do sol.
Vieram com o vento
E com as ondas
Através dos bosques
e dos campos da beira-mar.
vieram até mim,
estudante,
triste, dum país do Sul.

Andreia Resende 8ºG

Somos quase sempre o que pensamos!

Somos quase sempre
O que pensamos!

E os pensamentos assolam-te
Devastam-te
Consomem-te
Pensas o que não queres
Queres o que jamais pensaste

Dúvidas,
Incertezas,
Façanhas,
Proezas

Se pensas que tudo é fácil
Contraria o pensamento
Há lutas no dia a dia
Levadas com sabedoria
Te dão grande ensinamento

E se pensares que és um ser forte
Audaz
Capaz

Então,

Segue esse teu pensamento
Ele dar-te-á o alento
Vencerás qualquer momento

Nunca penses desistir
Isso é sinónimo de fraqueza
Associa o pensamento
Ao Amor
À Beleza
À criação da Natureza

Mas já paraste para pensar
Que nem tudo é passageiro?

Uma sincera Amizade
Um Amor Verdadeiro


Pensa na dádiva da Vida
Do poder do pensamento
És o que nunca pensarias ser
Poderás ser muito, basta querer




E se pensas que pensaste
Que o pensamento é leal
Desengana-te!
Ele trai a cada instante
Tens de estar bem vigilante

Controla-o!

Não és tu afinal
O Ser mais especial?


Mas se um dia o teu pensamento
Te desviar da razão
Então,
Não entres em aflição!

Descobre bem lá no teu fundo
O poder do coração


Outubro 2011
Fany

Doce Maçã……de Alcobaça

"O que é nacional é bom", dizia um slogan antigo. Por maioria de razão o que é regional, melhor ainda é.
Aqui temos pois um produto muito nosso: um poema feito por uma Poetisa da Escola sobre a Maçã de Alcobaça!
As entregas dos correios atrasam por vezes a chegada dos embrulhos. :-)
Era para estar aqui no dia da alimentação, mas uma Maçã de Alcobaça vai bem em todos os dias em que nos alimentamos. Sempre saudavelmente (e regionalmente, e poeticamente).

Doce Maçã...de Alcobaça

Num pomar tão bem cuidado
Ali mesmo à beira-mar
Passou uma lagarta pintada
Lustrosa e bem aprumada
Querendo ali se instalar

Escolhera para companheira
Uma acolhedora casinha.
Pendurada numa macieira
Redonda e tão rosadinha

Era a doce e bela maçã
Das margens do Alcoa e Baça
Fruto muito apreciado
Bem zelado e bem cuidado
Com o rótulo de Alcobaça

Bom dia, bela maçã!
Fiz uma longa caminhada
Venho pedir permissão
Para morar na região
Criar minha pequenada

Cá por mim, pode ficar
Se contribuir para o meu bem-estar!

Não se trata de mania
Mas é que tenho alergia
Às mordeduras e picadas
De vermes e suas ninhadas

Ora essa!
Não precisa ficar tão corada!
Não é já tão molestada?
Bem a comem à dentada
E até é fatiada.
Está bem mal humorada!

É que sou muito ecológica
Tenho a polpa consistente
Desprezo os pesticidas
Muito mais os fungicidas
Sou mesmo muito exigente!

Preservo aroma, sabor e graça
Pois entre todas fui eleita
Embaixatriz da minha raça.

Maio 2009 Fany

Rimas dos Traquinas

É com muita alegria que registamos a primeira participação dos poetas mais jovens do nosso agrupamento.
No Centro Escolar de Alcobaça, a turma do 2º C, com a Professora Patrícia, desenvolveu um trabalho poético, criando rimas com os nomes dos elementos da turma.
Para assinalar este feliz acontecimento criámos uma nova "etiqueta" no nosso blogue: 1ºCiclo de Poetas. Assim será mais fácil procurar as produções literárias dos mais jovens.
Obrigada.
Bem-vindos!
Até à próxima!

As professoras

Helena e Leonor



Rimas dos Traquinas

O Alexandre é um menino grande.
A Ana Mafalda traz sempre uma fralda.
A Beatriz Bento tem um ritmo lento.
A Beatriz tem comichão no nariz.
O Bruno é muito amigo do Nuno.
A Carolina é uma linda menina.
O Denis perdeu o ténis.
A Érica grita como uma histérica.
O Guilherme põe o dedo no creme.
O Guilherme Mateus diz sempre adeus.
O João, ao lanche, devorou um pão.
O João Francisco comeu um belo petisco.
A Letícia escreveu uma notícia.
A Maria Inês adora jogar xadrez.
A Maria Luísa sabe fazer pizza.
A Mariana comprou uma banana.
A Matilde nem sempre é humilde.
O Miguel saboreou um pastel de mel.
O Nelson é primo do Milton.
O Sandro é muito malandro.
A Sofia perdeu a sua afia.
A Sofia Páscoa quer uma maçã, então eu descasco-a.
O Tomás bebe um sumo de ananás.
O Vítor Emanuel fez um borrão no papel.
O Vítor Hugo fez festas num texugo.

Alunos do 2º C, do Centro Escolar (Professora Patrícia)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Poesia

Poesia minha
Melhor amiga ,
Companheira de todos os dias,
Fiel seguidora,
Que me acompanha,
Pelo mundo do amor
E pela estrada da esperança…
Muitas noites conversamos,
Com o silêncio sou feliz,
Não temos segredos,
Tudo o que é meu
Também te pertence…
Nosso destino
É viver um para o outro,
Sonhamos juntas,
Somos almas gémeas
em cada verso,
passeamos pelos trilhos da imaginação,
não temos ciúmes
e nunca a saudade fará de nós
uma lembrança do passado…
no meio da noite
sinto a tua presença,
procuro inspiração,
levanto-me
e vou para a janela,
espero uma estrela cadente
que tu convidaste para passear nos meus versos…!

Andreia Resende, 8ºG

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dia da Alimentação - 16 de Outubro

A alimentação é uma das necessidades básicas do Homem que sempre ocupou parte do seu tempo e das suas energias.
Tempos houve em que os grupos humanos gastavam muita energia para conseguirem algum alimento: imagine-se a energia gasta nas grandes caçadas ou na recolecção de alguns frutos e raízes dispersos num imenso vale! Actualmente parece que muitas pessoas consomem muito mais valores energéticos do que aqueles que gastam: daí surgem muitos problemas, como a obesidade, a diabetes e outros.
Por isso consideramos muito importante chamar a atenção para a necessidade de ter uma alimentação equilibrada e, como não podia deixar de ser, também na Poesia encontramos muitos trechos sobre o assunto.
Aqui deixamos alguns, de poetas consagrados, dos dois lados do Atlântico:

Os frutos

Pêssegos, pêras, laranjas,
Morangos, cerejas, figos,
Maçãs, melão, melancia,
Ó música de meus sentidos,
Pura delícia da língua;
Deixai-me agora falar
Do fruto que me fascina,
Pelo sabor, pela cor,
Pelo o aroma dos sílabas:
Tangerina, tangerina



Eugénio de Andrade

Poema às massas

Amassa a massa o padeiro,
vende massa o merceeiro,
usa massa o vidraceiro
e também o cozinheiro.

Na Avenida e no Rossio
passam massas populares,
as canções que as massas cantam
vão voando pelos ares.

Ó ladrão, senhor ladrão,
responda, mas não se zangue,
a mania de roubar
está-lhe na massa do sangue?

Perdi todo o meu dinheiro,
fui pedir massa emprestada,
mas a massa que me deram,
vejam - foi massa folhada!

Uma massa, outra massa...
Com tanta massa amassada,
digam lá se este poema
não é mesmo uma maçada!

Luísa Ducla Soares


Sentimental

Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
e debruçados na mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.

Desgraçadamente falta uma letra,
uma letra somente
para acabar teu nome!

- Estás sonhando? Olhe que a sopa esfria!
Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências, um cartaz amarelo:
"Nesse país é proibido sonhar."

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 9 de outubro de 2011

Consigo ver por entre o teu olhar

Consigo ver por entre o teu olhar
que toda aquela chama se apagou
pelo meu nome não voltaste a chamar
e aquela melodia não mais tocou.

Não sei porque insistes em permanecer
junto a esse banco de jardim perfumado
é certo que anseio por te voltar a ver
mas sei que não podemos mais estar lado a lado.

Carrego o peso de um triste final
sabendo que não havia como evitar
sigo os passos que contigo tracei neste areal
e recordo-me das memórias vividas neste mar.

Só queria achar uma simples razão
mas sei que é tarde para tal acontecer
já não sinto o calor da tua mão
e presinto a frieza deste triste anoitecer.

Inês

É estranha esta sensação de liberdade


É estranha esta sensação de liberdade
ao longo da praia tento encontrar
talvez a resposta para esta saudade,
saudade esta que acabaste por me deixar.

Não sei bem qual é o meu lugar
então vou andando ao sabor do vento
já nada tenho a perder e muito menos a ganhar
queria apenas parar o tempo neste momento.

Com essa tua maneira de ser
transformaste toda a minha vida
pegaste na minha mão e fizeste-me compreender
que para tudo há sempre uma saída.

Caminha a meu lado e não me largues mais
deixa-me mergulhar nesta fantasia
sentada olho o horizonte neste cais
e penso que ter-te aqui era o que eu mais queria.
Inês







sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Eis que nos chegam os primeiros poemas deste ano letivo, continuam bonitos e espelham muito do vai na lama desta poetizas, que ao longo dos últimos anos partilharam connosco textos muito expressivos.

Elas partiram... Iniciaram um novo percurso no ensino secundário, e desde já fazemos votos para que tudo corra pelo melhor nesta nova etapa escolar; para nós é particularmente perceber como se mantêm unidas a nós e a este cantinho onde a poesia é rainha...

Não sei o que fazer

Estou presente,

Mas a minha alma

Paira sobre outra praia,

Uma praia calma,

Calma mas agitada

Desnorteada, assustada

E mais alguns acabados em «Ada»!

Estou na aula,

Aparentemente atenta,

Mas a minha cabeça

Vai de oito a oitenta

Sem que nenhuma parte de mim estremeça

Até que…

Algo ou alguém captou a minha atenção

Foi como disparar o meu coração!

De repente as minhas mãos começam a tremer

Porque nem acredito que voltaste atrás para me ver!

Eu nunca pensei

Que alguma vez pudesse conhecer

Alguém como tu

Alguém que em poucos dias

Se tornou «NA» pessoa!

Acho que nem acreditarias

Se te dissesse o quanto me fazes tremer

Cada vez que te vejo

De cada vez que estive para falar contigo

Mas que não fui capaz!

Hoje em dia os computadores ajudam

Ajudam mas não deviam de ajudar

Porque assim vou para sempre continuar

A tremer cada vez que para ti olhar!

Não sei o que fazer

Estás sempre no meu pensamento,

Na minha cabeça quase que parece um julgamento!

Em que o réu é o meu coração!

Será que o juiz o vai declarar culpado?

E o crime será paixão?

Não sei o que fazer,

Para parar de tremer…

Elsa Silvestre



Onde estás agora...


Onde estás agora que quero adormecer

onde estás agora que quero voar

sem ti nunca mais voltei a ter amanhecer

sem ti estou a tentar recomeçar.


Não vale de nada pensar

num final há já muito anunciado

pois tal como começou acabou por terminar

com um intenso olhar gelado.


Tudo mudou como da noite para o dia

naquele jardim deixei de te ver passar

recordo os momentos em que contigo sorria

mas que agora eu quero apenas apagar.


Gostava de ter tido tempo para te dizer

que nem tudo foi em vão

porque graças a ti acabei por entender

que na vida há sempre uma razão.


Inês Marques


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Parabéns Manuel!


É com muita alegria que noticiamos que Manuel Lopes, que foi durante 5 anos aluno desta escola, recebeu, no passado sábado, o prémio de melhor aluno do Secundário da Escola Secundária D. Inês de Castro, em Alcobaça.
Fomos ambas professoras do Manuel e queremos aqui deixar, pessoalmente, as nossas felicidades para o percurso que agora inicia no Instituto Superior Técnico.
Porque a poesia está presente nos momentos especiais, aqui deixamos um poema a todos os alunos que, como o Manuel, vão marcando a nossa vida docente.

Aos que passam pela nossa vida

Cada um que passa na nossa vida passa sozinho...
Porque cada pessoa é única para nós, e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa na nossa vida passa sozinho, mas não vai só...
Leva um pouco de nós mesmos e deixa-nos um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito, mas não há os que não levam nada.
Há os que deixam muito, mas não há os que não deixam nada.
Esta é a mais bela realidade da vida...
A prova tremenda de que cada um é importante
e que ninguém se aproxima do outro por acaso...


Saint-Exupéry (1900-1944)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Novo Ano Letivo

E passaram as férias!
Mais um ano.
Este ano será, sem dúvida, um ano letivo de palavras.
A partir de Janeiro teremos de usar a nova grafia, decorrente do novo acordo ortográfico.
Os acordos ortográficos - que os houve vários ao longo da História - provam que as Línguas são organismos vivos, que evoluem e se modificam.
A linguagem poética será sempre uma forma especial de usar as palavras!

Esperamos a contribuição de novos e antigos colaboradores.

As Professoras

Helena Rodrigues e Leonor Carvalho

Escola é...

... o lugar em que se faz amigos.


Não se trata só de prédios, salas, quadros,

Programas, horários, conceitos...

Escola é sobretudo, gente

Gente que trabalha, que estuda

Que alegra, se conhece, se estima.

O Diretor é gente,

O coordenador é gente,

O professor é gente,

O aluno é gente,

Cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor

Na medida em que cada um se comporte

Como colega, amigo, irmão.

Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”

Nada de conviver com as pessoas e depois,

Descobrir que não tem amizade a ninguém.


Nada de ser como tijolo que forma a parede,Indiferente, frio, só.

Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,

É também criar laços de amizade,É criar ambiente de camaradagem,

É conviver, é se “amarrar nela”!

Ora é lógico...

Numa escola assim vai ser fácil!Estudar, trabalhar, crescer,

Fazer amigos, educar-se, ser feliz.

É por aqui que podemos começar a melhorar o mundo.

Paulo Freire

sábado, 2 de julho de 2011

“Adaptar é uma tarefa assustadora para qualquer artista. Transpor uma obra artística para outra é algo ainda pior.”
Quintana

São muito oportunas estas palavras, a propósito precisamente de uma adaptação que os alunos do 9ºD fizeram do “Auto da Barca do Inferno” , peça escrita em verso, mas transporta para a actualidade dando lugar ao “Auto do século XXI”.
O elenco integra colaboradores deste blog, que já deram provas na área da poesia e agora também noutra vertente artística.
Neste momento em que estão prestes a deixar a nossa escola aqui ficam alguns poemas que lhes dedicamos com muito carinho, em troca do brilhante espectáculo que nos proporcionaram.


Os Actores

Vêm de dentro repelidos
Conforme o seu destino a sua cor varia
pois escolhem a base de acordo com
a luz que o rosto cria

A frente da cortina
Enfrentam o vazio
que lhes dava guarida
Em sepulcros abrigam as faces atingidas

No palco deambulam como num
tempo estreito entre duas crateras
a que na sua frente lhes recolhe os soluços
e o nada donde vieram.

Gastão Cruz


A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.

Charles Chaplin


Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é "muito" para ser insignificante.


Augusto Branco

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

Fernando Sabino

Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha e não nos deixa só porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso.

Charles Chaplin


domingo, 26 de junho de 2011

Apadrinhar uma Amizade

Com o objectivo de criar laços afectivos e de relacionamento entre os alunos do 1º e 3º ciclos,nasceu o projecto de articulação "Apadrinhar uma Amizade", projecto desenvolvido ao longo do ano lectivo e que criou condições graduais de adaptação ao espaço físico e humano da futura escola para os alunos do 4ºA, ao mesmo tempo que desenvolveu nos alunos do 8ºB, valores cívicos tais como o espírito de responsabilidade , de protecção e de solidariedade.
Foram uns óptimos anfitriões, dinamizando encontros marcados por várias iniciativas, nomeadamente jogos de apresentação; visitas guiadas às diferentes estruturas da escola e explicação do modo de funcionamento de cada uma delas; momentos de leitura expressiva;momentos de escrita poética; momentos de representação e apresentação de projectos nascidos do trabalho colectivo como foi o desfile de fatos elaborados com materiais reciclados, enquadrado no tema "O estilismo na Música".
Estes momentos tiveram sempre uma retribuição que nos deixa a certeza que estamos prestes a receber alunos com muito talento e vontade de criar, a julgar pelos lindo momentos lúdicos que também proporcionaram aos padrinhos, nomeadamente os acrósticos dedicados aos seus protectores, os momentos de dança, de canto, de representação, de leitura expressiva, de alegria e carinho.
Todos crescemos mais um pouco e para nós professoras envolvidas (Lurdes Costa e Helena Rodrigues) fica a certeza que o tempo dedicado a este convívio falará por si.



Aqui ficam algumas momentos de criação poética, a provar que a poesia engrandece sempre um momento que já de si o era; de facto há mensagens que só faz sentido transmitir através de poemas.
O momento em que os padrinhos se apresentam aos afilhados através de quadras:

Eu sou a Alexandra
Brinco à lareira
Não sou malandra
Mas gosto de uma boa brincadeira.

Eu sou a Ana
Gosto de fruta
Adoro Banana
e odeio truta

Eu sou o André
André no Karaté
Se me dás um pontapé
Nem ficas em pé.

Eu sou a Beatriz
Gosto do meu cabelo
Não gosto do meu nariz
Porque não é belo.

Sou o Bernardo Costa
E gosto da maré
Sou muito divertido
Adoro dormir em pé.

Eu sou o Diogo Dias
Não gosto de perdizes
Sou muito cómico
Faço as pessoas felizes.

Eu sou o João e gosto de rir
Rir para divertir
Divertir para dormir
que até durmo a sorrir.

Eu sou o João
Rebento o balão
E faço pão
E a professora de Português dá-me um "ajudão".

Eu sou o Joel
E quando me dá a fome
Vou comer o farnel
Ao café do Manel.

O meu nome é Teresa
E gosto de cantar
Sei ser uma boa amiga
Estou sempre pronta a ajudar.

Eu sou a Mariana
E adoro representar
Se me ofereces um sorriso
Outro te irei dar.

Eu sou a Melanie
E gosto de cantar
Sempre divertida,
Para a festa animar.

Eu sou o Pedro
De bicicleta sei andar
Gosto de desporto
E futebol gosto de praticar.

Sou o Rafael
E com amigos gosto de estar,
de instrumentos tocar, mas,
Principalmente, de jogar.

Eu sou o Ricardo
E nunca estou parado
Quando estou cansado
Mais vale ficar sentado.

Sou o Ricardo
Futebol gosto de jogar
Sempre que estou divertido
Muitas piadas sei dar.

Eu sou a Rita
Com os amigos gosto de estar
quero vos conhecer
E a todos ajudar.

Eu sou o Rúben
Gosto de Brincar
Falar e ralhar
E de jogar.

Eu sou o Telmo
Não gosto de ficar parado
Se fores meu afilhado
levo-te a todo o lado.



E, mais poesia. Acrósticos em homenagem aos padrinhos e à brilhante recepção que fizeram aos afilhados.



Madrinha Rita
Adoro-te
Do fundo do coração
Rimos e falámos muito
Imaginação não te faltou
Nossa amizade ficou selada e
Harmonia nasceu entre nós.
Amigas…para sempre!

Risonha e muito simpática
Inteligente e criativa
Tenho na minha lembrança
Alegria desse primeiro momento…


Com um beijinho da tua afilhada

Francisca 4º A


Padrinho novo
Amigo de verdade!
Divertido e inteligente
Risonho e tão simpático!
Inimigo, nunca serás
Na tua escola, és brilhante
Hiperactivo? Nem pensar
Olá, Padrinho.

Ricardo é teu nome
Imaginação não te falta
Criativo? Concerteza
Amigos seremos
Raiou uma nova amizade
Declaro-me bom afilhado
Ao melhor PADRINHO de sempre

Do teu afilhado
João Pedro

Momentos de Magia
Amigas de verdade
Declaro a minha amizade
Rompemos a alguma distância.
Imagino-te boa aluna
Nada nos pode separar
Hoje, dia inesquecível…
Alegria de verdade


Ana, és muito simpática
Nasceste de um sonho
Adoro-te, querida madrinha

Grande beijinho da tua afilhada
Soraia 4ª A


Para ti, novo padrinho
Alegria senti
De te conhecer.
Reconheço que és
Imaginativo e alegre…
Nasceu nova amizade
Hoje e para sempre
O silêncio acabou

Amizade confirmada
Nunca nos esqueceremos
Deste primeiro encontro, num
Ritmo acelerado, as
Emoções foram fortes!

Do teu afilhado
João Filipe 4º A




Padrinho novo
Animados momentos
De repente, achei graça
Risadas e gargalhadas
Imaginação fantástica
Nasceu nova amizade
Hoje conhecemo-nos
Ora, que boa surpresa!

Bernardo é teu nome
És bom aluno
Respeitador e aplicado
Não faltas às aulas
Regressa a Primavera
Desistir, nem pensar, desta
Nova Amizade

Da tua nova afilhada

Mariana 4º A


Padrinho novo
Amigos para sempre…
Dentro de nós
Raiou nova amizade.
Imagino-te fantástico…
Novas amizades
Hoje e sempre
Olá, novo Padrinho!

Rimo-nos juntos
Imensas conversas
Conto contigo
Amigos para sempre
Ricardo és
Divertidíssimo e brincalhão
Olá, meu novo Amigo

Do teu afilhado

Mário 4º A

Mariana, amiga sem fronteiras
Ai! Quem me dera a tua amizade!
Declaro-te a minha dedicação.
Risadas moderadas
Imensas e boas conversas
Novas amigas seremos.
Harmonia silenciosa
A nascer no meu coração.

Momentos de alegria
Acordas boas lembranças
Recebeste-me com alegria!
Irradias sinceridade
Abrem-se novos caminhos
Nada nos há-de separar
Amizade autorizada?

Beijinho da tua nova afilhada

Deolinda 4º A


Madrinha Teresa, és
Alegre como a madrugada!...
Declaro que nasceu amizade
Raiou novo dia e
Imagina a alegria de uma
Nova amizade que tudo vence.
Hoje eu te conheci
Amanhã é novo dia.

Tenho na lembrança, o
Emocionante encontro
Refrescante como um poema!
És muito querida
Simpática também
Amizade selada?

Grande beijinho da tua afilhada
Carolina



Padrinho Diogo
Amizade para sempre?
Dizer o que se sente
Rir às gargalhadas…
Imaginar mil caminhos com
Nobreza de espírito!
Hoje foi um sonho
Onde o Sol nasceu

Descobertas são surpresas
Imensas risadas
Originais lembranças
Glorioso padrinho
O melhor de sempre!

Da tua afilhada
Tatiana


Padrinho surpresa
Amigo de verdade
Divertido, brincalhão
Rir é o melhor remédio
Imensas gargalhadas
Nascem de novas amizades!
Hiperactivo?
Oh! Não me parece

João André
Óptimo menino
Alegria senti porque és
Original padrinho

Do teu afilhado

João António

E foi a poesia que oficialmente selou esta amizade para a vida...


Os padrinhos desejam …

Que tenham um futuro repleto de sucesso,
uma vida de sonho, brilhante e maravilhosa,
um bom percurso académico.
Que se divirtam livremente
e caiam num poço de alegrias com poucas ilusões.
Que descubram amizades sorridentes,
no momento em que entrarem nesta escola,
e aqui desfrutem de uma estadia brilhante.
Que gozem umas boas férias,
com muita felicidade.
Queremos manter-nos sempre amigos,
que se lembrem sempre de nós,
e que os nossos momentos se tornem memórias guardadas no coração!


Os alunos do 8ºB

Porque, por vezes, as imagens valem por muitas palavras, aqui fica a reportagem dos melhores momentos deste projecto.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

E.T.


Cada vez mais dou por mim a pensar
Na minha razão de te amar,
Não encontro resposta
Apenas o teu sorriso!

E esses teus olhos,
Eu podia passar
Horas sem desviar o olhar!

Mas não sei o que fazer!
Sinto-me esgotada,
Desamparada…
Nem sem muito bem o que escrever,
Nem o que fazer!

Resta-me esperar…
Até ouvir a palavra que quero!
Ainda dizem que amar
É um sentimento fácil de encontrar?

E.T.

Cumplicidade

Vidas vividas
Com laços de incertezas
Com fracassos e dor
Trazem na alma tristezas
Ausência de amor

Procuram
Uma incessante verdade
A outra metade
Que preencha o seu ser
De amor
De prazer
A tão sonhada Felicidade

Perdem-se em palavras pequenas
Vazias, sem temas
Em frases não pensadas
Sem ternura
Mal amadas

Esquecem que o amor
É entrega sem cobrança
Uma perfeita aliança
Harmonia
Esperança

Desistem do sonho
Da mútua cumplicidade
Perdem o sentimento
Não agarram o momento
Banalizam a saudade

E eu
No reflexo do meu espelho
Quero simplesmente olhar-te

E mesmo de olhos vendados
Com pequenos toques de amor
Irei desenhar-te

Com as cores do arco-íris
Saberei pintar-te

Com mistério e magia
Saberei sempre amar-te



Junho 2011
Fany

Vem

Queria apenas desejar as maiores felicidades às professoras responsáveis pelo blog. Desde o ínicio e até hoje a dedicação a esta causa tem sido excelente. Muito obrigado por tudo. Boas férias! beijinhos


Corre para mim sem medo
trazendo contigo a saudade
a lua guarda o nosso segredo
que ficará aqui cravado para a posterioridade.

Tudo o que és para mim
está implícito neste lugar
juro que esta noite não terá um fim
pois nem a distância tem o poder de nos separar.

Quero atingir algo inacessível
quero existir dentro do teu ser
viver sem ti é impossível
viver sem ti não é viver.

Reflexos diários são guardados
num lugar onde ninguém pode mandar
sentimentos que com o tempo foram rasgados
e que de mim hoje eu tento afastar.
Inês

Obrigada a ti Inês, ajudaste e muito a tornar esta causa maior.
Continua a escrever porque decerto que és um exemplo para muitos...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A Porta abriu-se

A Porta abriu-se
E deixei-te entrar

É uma porta preciosa
De longe a mais valiosa
Sem trinco para fechar

E entraste na minha vida
Por essa porta principal
Conviveste com a verdade
Conheceste a sinceridade
Aprendeste a ser leal

E na caminhada da vida
Com laços de generosidade
Foi crescendo dentro de nós
Uma sincera amizade

E essa porta sem trinco
Cuja chave é o coração
Entreabre-se de quando em quando
Sempre pela mesma razão

A Amizade é o ingrediente mais importante na receita da vida

Fernanda Mateus

sexta-feira, 3 de junho de 2011

fábula onomatopaica

"quando chovem cães e gatos, é melhor tirar o cavalinho da chuva
mesmo porque nem que a vaca tussa ou a formiga tenha catarro
se encana assim a perna à rã quando tem a pulga atrás da orelha.
não é nenhum bicho de sete cabeças quando a porca torce o rabo
e deitar-se com as galinhas é ser bode expiatório na morte da bezerra
que não era nenhum carapau de corrida e até não valia um caracol.
podem dizer cobras e lagartos mas, quando estamos com a mosca
ou não podemos com uma gata pelo rabo, pela boca morre o peixe
e fazer figura de urso é ter macaquinhos no sótão e comer gato por lebre."

josé luis, colhido em poedia

Mentir é...

Não dizer a verdade
Embelezar as coisas da pior maniera que existe
Enganar e desrespeitar os mais próximos
Um poço de enganos sem fim
Dizer a verdade de forma adulterada
Um peso na cosciência
Transformar a verdade numa falsidade
Desilusão
Dar a ilusã à verdade
Preencher a verdade com imaginação
Acrescentar algo que não é real
O cancro da verdade
Tentar fugir aos problemas
Olhar para um prado de margaridas e chamar-lhe rosas
Enganar-nos a nós próprios...

Poema colectivo produzido pelos alunos do 8ºB, a propósito do estudo do texto dramático "Falar Verdade a Mentir" de Almeida Garrett.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

POEMA DAS COMPARAÇÕES

Um amor tão eterno e perfeito
Como o céu e o mar
É como a paixão
Que se sente no coração
Como o mar
Tanto nos faz rir como nos faz chorar
A vida sem amor
É como um dia sem sol
E quando penso no passado
Vejo ainda em mim um sonho acordado
Um amigo verdadeiro é como
Um pilar que nos segura
O brilho incandescente caminhava vindo de ti
Lembravas-me o sol que acordava naquilo em que me perdi
Descobrir o desconhecido
É como descobrir um grande amigo
Quando o vi nascer nos meus braços
Era o meu rebento de flor
A paisagem das montanhas de um campo de flores
Frio como a neve ou quente como o fogo
A consciência é um ser cruel
Como um urso a que a abelha rouba o mel
Nós somos o Mundo
Como quem implora pelo impossível…

Composição poética colectiva do 9ºAA provar que é na comparação que muitas vezes se encontra a verdadeira beleza da essência humana.

POEMAS DAS ALITERAÇÕES

O gato gostou do gosto do galão
O cão comeu comida de camelo
A bola branca rebola e balança
Ralha a professora e os alunos não respondem
A lula leu a luz da lua
A sombra soava sobre as águas salgadas do oceano
O som suave e sibilante que sucedeu ao som que tinha desaparecido.
Ser forte é fortificar a nossa força
A vida vai e vem sem a vivermos
O vento sempre sopra suave e sereno
Perto de ti pertenço mas sempre te vejo partir
Sentimos sabendo que amanhã sofremos
O ruído do teu falar dá-me vontade de te matar
As lágrimas não te levam a lado nenhum
Se continuas assim serás sempre uma solitária
O destino pode ser perigoso como um deserto sem fim
Suave, cintila o som de certos sinos sonantes
O som simples da vida é para ser vivido
Nem só dos mágicos surge a magia

poema colectivo do 9ºD
Mais uma produção de conjunto a provar que a união faz a força, pelo menos permite a criação de poemas muito bonitos e personalizados.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Amo-te


Amo-te
Com laços de ternura e afectos

Amo-te
Nos pequenos gestos, num simples olhar
Com lágrimas e sorrisos
Por toda a vida

Amo-te
Sem hesitar
Numa constante verdade
Num suave toque
No respirar

Amo-te
Com chama e luz
Como uma estrela
Que brilha no espaço
Um aconchego no teu regaço

Num dia a dia
Feito de pequenas coisas,
Que nos unem ainda mais.
Nos nossos filhos,
Nos momentos difíceis,
Nos mesmos ideais.

E é assim
E assim será.

E ainda se um dia quisera esquecer-te
O meu amor é tão forte
Que mesmo que o não quisesse
Amar-te-ia muito mais
Além da morte.

Fany

É no decorrer desta noite que me deixo levar

É no decorrer desta noite que me deixo levar
por este sonho que eu quero mesmo seguir
embora apenas a minha alma possa voar
é aos teus pés que eu acabo por sucumbir.

Só em ti encontro forças para resistir
a cada dia que passa, a cada lágrima que cai
não quero voltar ao que fui, não quero voltar a fugir
porque hoje é no meu olhar que o teu brilho sobressai.

Eu nunca vivi de aparências
e muito menos de ilusões
sei que a vida não tem reticências
mas a mim ensinou-me grandes lições.

Muitas vezes escondi-me, noutras chorei
voltei costas a tudo e fiquei presa na solidão
as tuas palavras ergueram-me e hoje eu sei
que tocaste lá bem no fundo do meu coração.
Inês

Amiga

Estava ela a brincar
Quando eu cheguei,
Ela esperou e esperou,
Para que com ela, eu fosse brincar
Até que eu a cumprimentei
E o tão esperado momento chegou!

Quero voltar,
Quero não ter preocupações,
Quero não ter de dar satisfações,
Quero apenas brincar!

Sei qu’ ela continua a estar,
Sei que ela não vai sair do seu lugar!
Por isso lhe chamo “Melhor Amiga”,
Tudo isto por uma amizade antiga!

As nossas vidas vão continuar
Mas a nossa amizade vai prevalecer
Isso é tudo com o que eu quero viver,
E é por isso que feliz eu vou estar
Quando esse momento chegar!

Elsa Silvestre nº7 9ºD

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Mães

Mães
Amigas
Confidentes
Nos momentos carentes

Atentas, despertas
Nas horas inquietas

Fazem-te acreditar
Ensinam-te o que é Amar

Abraçam quando querem ralhar
Ralham para não chorar

Amam incondicionalmente
Tudo sabem perdoar

Cobre-as um manto de afecto
Onde te vais abrigar
Seu colo é doce aconchego
Onde te vais aninhar
Quando pensas que este Mundo
Sobre ti vai desabar

Vigiam-te, de longe
Sentem o teu mau estar
É o chamamento materno
Que é tão forte e é eterno
E tem poder de consolar

É, quando abrem seus braços
E te enlaçam com abraços
Apertam sem magoar
Essa enorme Felicidade
Essa gigante vaidade
Ilumina o seu olhar

Amem-nas sem cessar!

Fany

Obrigado Fany, porque todos os dias são dias das mães.

Devaneios

Se uma flor de ti brotasse
Fazendo em mim despertar
Anseios, receios e medos
Antevendo mil segredos
Que não quero desvendar

Se de teus olhos raiassem
Mil pétalas aveludadas
Borboletas encantadas
Magia de luz a brilhar

Que nem estrelas cintilantes
Constelações delirantes
Pousando no meu olhar

Momentos indefinidos
Que teimo em decifrar

E se o calor dos teus lábios
Me viesse perfumar
Inebriando os sentidos
De sentimentos proibidos
Que temo em desfrutar

Sim
Anseio por ti
Nas manhãs, ao despertar

Virás tu algum dia
Ou és só uma fantasia
No espelho desse olhar?

Loucuras do meu sonhar......


Fany
Março 2010

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A pressão dos mercados

Emprestem-me palavras para o poema; ou dêem-me
sílabas a crédito, para que as ponha a render
no mercado. Mas sobem-me a cotação da metáfora,
para que me limite a imagens simples, as mais
baratas, as que ninguém quer: uma flor? Um perfume
do campo? Aquelas ondas que rebentam, umas
atrás das outras, sem pedir juros a quem as vê?

É que as palavras estão caras. Folheio dicionários
em busca de palavras pequenas, as que custem
menos a pagar, para que não exijam reembolsos
se as meter, ao desbarato, no fim do verso. O
problema é que as rimas me irão custar o dobro,
e por muito que corra os mercados o que me
propõem está acima das minhas posses, sem recobro.

E quando me vierem pedir o que tenho de pagar,
a quantos por cento o terei de dar? Abro a carteira,
esvazio os bolsos, vou às contas, e tudo vazio: símbolos,
a zero; alegorias, esgotadas; metáforas, nem uma.
A quem recorrer? que fundo de emergência poética
me irá salvar? Então, no fim, resta-me uma sílaba – o ar –
ao menos com ela ninguém me impedirá de respirar.

Nuno Júdice

Paráfrase

Este poema começa por te comparar
com as constelações,
com os nomes mágicos
e desenhos precisos,
e depois
um jogo de palavras indica
que sem ti a astronomia
é uma ciência infeliz.
Em seguida, duas metáforas
introduzem o tema da luz
e dos contrastes
petrarquistas que existem
na mulher amada,
no refúgio triste da imaginação.

A segunda estrofe sugere
que a diversidade de seres vivos
prova a existência
de Deus
e a tua, ao mesmo tempo
que toma um por um
os atributos
que participam da tua natureza
e do espaço criador
do teu silêncio.


Uma hipérbole, finalmente,
diz que me fazes muita falta.


Pedro Mexia

Eu não sei quem te perdeu

Por sugestão da Inês Marques, aqui apresentamos o poema de Pedro Abrunhosa, com o link para observar as maravilhosas imagens ao som do poema musicado. Obrigada pela sugestão! Esperamos que seja um exemplo a seguir!

Quando veio,
Mostrou-me as mãos vazias,
As mãos como os meus dias,
Tão leves e banais.
E pediu-me
Que lhe levasse o medo,
Eu disse-lhe um segredo:
"Não partas nunca mais".

E dançou,
Rodou no chão molhado,
Num beijo apertado
De barco contra o cais.

E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.

Abraçou-me
Como se abraça o tempo,
A vida num momento
Em gestos nunca iguais.
E parou,
Cantou contra o meu peito,
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais.

E partiu,
Sem me dizer o nome,
Levando-me o perfume
De tantas noites mais.

E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.

http://www.youtube.com/watch?v=6WpsFVkmS9s

quinta-feira, 19 de maio de 2011

MENSAGEM POÉTICA


Entra a sinuosa voz,
De alegria e de tristeza,
O poema ouve-se no coração e sente-se na alma,
As palavras de uma pessoa magoada,
É o sentimento por trás de cada verso,
A poesia é o portal para a fantasia,
Que devemos continuar a procurar,
Palavras que sobressaem
E tocam no fundo de quem as sente,
Na poesia está a leveza que cabe na palma da mão,
Memórias que trás e leva
Transmite-nos sentimento e paixão,
É a arte que expressa o amor,
Alucinando-nos para a realidade
Se fosse um poema serias o meu verso.
Letra por letra faz-se uma descoberta.

Poema colectivo produzido pelos alunos do 9ºD

O PODER DA POESIA

As iniciativas de escrita conjunta são sem dúvida momentos muito importantes numa aula de Língua Portuguesa, são momentos em que todos têm que contribuir com uma peça, por muito pequena que seja, para construção do puzzle da escrita. O resultado é muito gratificante como poderão verificar após a leitura destas belas composições poéticas que têm por tema a poesia...


Um caminho sem limites
A liberdade das palavras
Que nos liberta da rotina
E nos dá o dom de ser imortal.
O poder de expressar os mais profundos sentimentos
Preenchendo o vazio
Abrindo horizontes, ideais e caminhos
Que nos transporta para o desconhecido
Fazendo-nos mergulhar num mar de emoções
Matar com palavras?
Palavras fortes em sentimentos
Que nos encantam com a sua magia
Deixando-nos a flutuar
Na iluminação de um caminho de expressão
Que revoluciona o nosso coração
Levando-nos ao infinito.

Poema colectivo produzido pelos alunos do 9ºA

Tudo isto é bem real

Tudo isto é bem real
nada é perfeito, nada é planeado
tudo isto tem um princípio, nada é usual
neste percurso onde o meu destino está hà muito talhado.

Viver até pode ser a maior loucura
por vezes dou por mim a pensar
se serei apenas mais uma figura
neste jogo onde a várias circunstâncias me tento moldar.

Queria muito dizer que tudo já passou
e que a fase pior já eu ultrapassei
mas tudo isto na minha cabeça gerou
a sensação que de ti já nada sei.

Permanece em mim a incerteza
permanece em mim esse teu olhar
permanece em mim essa tua pureza
que a cada gesto meu acabas por soltar.
Inês

Ela




Ela sorria para a vida

com a esperança pousada no seu olhar

nas suas mãos tinha a vontade de achar a saída

para deste sufoco se poder libertar.



Esculpia em cada palavra sua

uma mistura de sentimentos

amava o mar que continua

fiel nos bons e maus momentos.



Neste jardim onde agora me sento

ela brincava na sua ingénua infância

procurava em alguns momentos um pouco de alento

mas tinha de lidar com tamanha distância.



O tempo passou e ela cresceu

nos seus olhos tinha o reflexo da desilusão

este"Ela" que em tempos foi um Eu

sempre tentou contornar o rumo desta situação.

Inês

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Apenas TU

Estava sentada no jardim,
E para minha surpresa tu estavas ao pé de mim!
Já era tarde,
Mas tu nem estavas preocupado,
Estavas sorridente, estavas deslumbrado!

As horas tinham passado a correr,
Tu ainda estavas ali,
Só podia um sonho ser.

Não podia acreditar,
Naquelas palavras que acabaras de dizer,
Nem me deste tempo para responder
E começaste a beijar-me!

Agora não quero mesmo acordar
Tenho medo de o fazer,
Tenho medo de tudo um sonho ser
E quando despertar
Tu já não vais estar!

Elsa Silvestre nº7, 9ºD

terça-feira, 26 de abril de 2011

Para os alunos do 7ºA!

Filipe II
tinha um colar de oiro
tinha um colar de oiro
com pedras rubis.
Cingia a cintura
com cinto de coiro,
com fivela de oiro,
olho de perdiz

Comia num prato
de prata lavrada
girafa trufada,
rissóis de serpente.
O copo era um gomo
que em flor desabrocha,
de cristal de rocha
do mais transparente.

Andava nas salas
forradas de Arrás,
com panos por cima,
pela frente e por trás.
Tapetes flamengos,
combates de galos,
alões e podengos,
falcões e cavalos.

Dormia na cama
de prata maciça
com dossel de lhama
de franja roliça.
Na mesa do canto
vermelho damasco
a tíbia de um santo
guardada num frasco.

Foi dono da terra,
foi senhor do mundo,
nada lhe faltava,
Filipe Segundo.
Tinha oiro e prata,
pedras nunca vistas,
safira, topázios,
rubis, ametistas.

Tinha tudo, tudo
sem peso nem conta,
bragas de veludo,
peliças de lontra.
Um homem tão grande
tem tudo o que quer.
O que ele não tinha
era um fecho éclair.

Antonio Gedeão

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Para Recomeçar

Guia de conceitos básicos

Use o poema para elaborar uma estratégia
de sobrevivência no mapa da sua vida. Recorra
aos dispositivos da imagem, sabendo que
ela lhe dará um acesso rápido aos recursos
da sua alma. Evite os atolamentos
da tristeza, e acenda a luz que lhe irá trazer
uma futura manhã quando o seu tempo
se estiver a esgotar. Se precisar de
substituir os sentimentos cansados
da existência, reinstale o desejo
no painel do corpo, e imprima os sentidos
em cada nova palavra. Não precisa
de dominar todos os requisitos do sistema:
limite-se a avançar pelo visor da memória,
procurando a ajuda que lhe permita sair
do bloqueio. Escolha uma superfície
plana e deslize o seu olhar pelo
estuário da estrofe, para que ele empurre
a corrente das emoções até à foz. Verifique
então se todas as opções estão disponíveis: e
descubra a data e a hora em que o sonho
se converte em realidade, para que poema
e vida coincidam.

Nuno Júdice

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sobre Mim: Um desafio

O poema de Clarice Lispector que nos foi enviado pela Elsa Silvestre, do 9º D, veio com a sugestão de criar uma nova rubrica (Etiqueta) com o título/tema "Sobre Mim". A sugestão da Elsa é que cada um escolha um poema com que se identifica, algo que parece que foi escrito para nós, sobre nós...
A rubrica já está criada e foi iniciada, obviamente, com o poema enviado pela Elsa.
Agora ficamos à espera de mais.
Muito agradecemos a sugestão que, para além de aumentar a dinâmica do blogue, prova que o tomam como um espaço mesmo vosso. E como esse era o nosso objectivo, ficamos, obviamente, felizes.
Obrigada!
(Nós também vamos pensar nos poemas que parece que foram escritos sobre nós).
Eu sou à esquerda de quem entra. E estremece em mim o mundo.
(...) Sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registo.
Sou um coração batendo no mundo.
Faz teu pior p’ra mim te afastares,
Enquanto eu viva tu és sempre meu,
Não há mais vida se tu não ficares,
Pois ela vive desse amor que é teu.

Por que hei de temer grande traição
Se tem fim minha vida com a menor;
De vida abençoada eu sou, então,
Por não estar preso ao teu cruel humor.
Tua mente inconstante não me afecta,
Minha vida é ligada à tua sorte;
Como é feliz o fato que decreta

Que sou feliz no amor, feliz na morte!
Porém que graça escapa de temer?
Podes ser falso e eu nem sequer saber!


Clarice Lispector

poema enviado por Elsa Silvestre, 9ºD

Puxas pelo meu ser

Puxas do meu ser um sentimento
que acende como uma chama incandescente
corro para ti em sonhos que mostram o momento
em que voo para o teu colo livremente.

Neste jardim colho a mais bela flor
aquela que me conduz a uma esperança infinita
é nela que tento camuflar tamanha dor
a de uma vida a que o coração me limita.

Rasgas a página que pintava
um tempo em que tudo parecia perfeito
já não tenho aquela força a que me agarrava
já não tenho condições para viver deste jeito.

Atiro a última pedra que foi levada
por esta forte e indestrutível corrente
olhei o horizonte e vi que já nada
mas mesmo nada vai voltar a ser como antigamente.

Inês

quarta-feira, 23 de março de 2011

Solta-te desse Mundo

Danças ao sabor da brisa que paira no ar
e tentas soltar-te deste triste amanhecer
esqueces essas regras que te estavam a perturbar
e tentas focar-te apenas no que hoje desejas ser.

Planeias passo a passo o rumo a seguir
sempre com esse brilho no olhar
nunca pensas sequer em desistir
és como uma estrela fiel que teima em me acompanhar.

Solto as últimas cinzas por esta janela
onde estavam presas memórias de uma vida perdida
mas não consigo apagar a chama que ainda arde nesta vela
que ainda ficou acesa mesmo com a tua saída.

Esse sorriso na tua face
cada vez que pegas na minha mão
revela que a nossa história nunca terá um desenlace
apenas vírgulas e por vezes um senão.
Inês

sexta-feira, 18 de março de 2011

Dia Mundial da Poesia

O Ateliê de Poesia não poderia deixar de assinalar o Dia Mundial da Poesia, a 21 de Março de 2011.

A Biblioteca será, como é lógico, o nosso espaço de palavras poéticas.

Lá está exposta a Árvore da Poesia - um trabalho de Área de Projecto de 9ºD

Lá haverá um Recital de Poesia - um trabalho de Área de Projecto e do Ateliê de Poesia, do 9º A

Lá há muitos livros para continuar muitos dias de palavras poéticas...


Escolhemos algumas palavras que oferecemos a todos os alunos. Está atento, porque, numa das tuas aulas, será lido um poema!

A insónia...

Acordo à noite...
Abro a cortina,
Cinco da matina...
Tento cerrar os olhos,
O vazio destra-me...
Vejo tudo nu,
Vestido de palavras,
Todas estas cada vez mais negras...
O tempo passa por mim,
tempo que me faz esquecido...
Não sou eu o réu,
Fico obediente a implorar ao céu...
Não há coisas boas para ditar,
Só há coisas boas para criticar...


Acham que se acrescentariam uns minutos da vossa vida só para ler tudo o que neste site se apresenta, só porque se preocupam com ela?
Não é feliz aquele que assim pensa...

Tiago Barracha

terça-feira, 1 de março de 2011

Parabéns Professor Desidério (13/1/2011)


Parabéns pelo aniversário, mas, sobretudo, parabéns por esta manifestação de afecto!
(Parece que, com o novo acordo ortográfico, afecto perde o 'c'...mas, com tanto entusiasmo, quanto mais letras melhor!)



Terá dito um dia o Imperador do Brasil,
D. Pedro II:

"Se eu não fosse Imperador, desejaria ser Professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro."

Deixa me ir

Deixa-me ir,
Para longe de ti!
Deixa-me ir,
Deixa-me partir!

Não quero mais saber,
Daquilo que possa acontecer,
E ingénua sou eu
Por esperar,
Que poderíamos voltar…

Não quero mesmo mais saber,
De tudo o que te poderá acontecer,
Estou farta e não quero mais relembrar
Aquilo que me faz chorar,
Não foste o único a errar,
Mas o único a quebrar o meu coração,
Apenas com um gesto de mão!

Vou encerrar aqui o assunto,
E não me quero mais preocupar
Por isso, digo “Adeus”,
E vou parar de choramingar,
Vou olhar para a frente e caminhar,
Porque ainda há imenso caminho a percorrer,
Até estas “férias” acabar!


Elsa Silvestre nº7, 9ºD

Significados traiçoeiros!

A vida não é o que parece, tem pequenos segredos escondidos, a vida não é complicada, apenas tem dias maus, a vida não está contra ti, testa a tua resistência, a vida não te arranja problemas, coloca obstáculos à tua frente.
Nem tudo o que parece é, na vida é a mesma coisa, nada é por acaso, não a tentes contrariar porque ela pode tramar-te alguma e não saberás qual o verdadeiro significado dessa barreira.

Noémia

Cada dia na minha vida é uma viagem

Cada dia na minha vida é uma viagem
em que não sei onde vou parar
és cada vez mais uma miragem
tenho tentado deixar a poeira assentar.

Vou esperar, vou esperar até escurecer
até me desfazer em finas lágrimas nesse rosto molhado
até os teus olhos me indicarem que nada mais à fazer
até me dizeres que o nosso tempo foi escusado.

Tento mostrar-te a outra face dessa máscara
aquela que teimas em acreditar que é verdadeira
vives nessa encenação que acaba por já ser áspera
por ver que acabas por cair sempre na mesma asneira.

Tenho a noção que estas palavras nada vão mudar
aquilo que à tua volta se sucede e que não queres ver
talvez um dia irás acordar e tentar remediar
mas já será demasiado tarde para isso acontecer.

Inês

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Palavras de Amor


"Palavras, leva-as o vento," mas nem sempre o vento é mau. Os "ventos de mudança", por exemplo, podem, em certos casos, ser aproveitados a nosso favor.
Foi o que nós, aqui na poesia, pensámos.
Dia de S. Valentim? Dia dos Namorados? O Amor sempre esteve associado a palavras: as famosas "Palavras de Amor". Que bela ocasião para pôr os apaixonados a ler!
E então, disfarçadamente, fizemos "papel de boazinhas" e oferecemos poemas e frases de amor - feitinhas, bonitas e já aplicadas - para quem quisesse declarar-se. Publicitámos a iniciativa e ficámos à espera...
Não foi preciso esperar muito. Os jovens aderiram muito bem, podendo esconder-se no anonimato, preencheram os nossos formulários e lançaram os dados do amor nas palavras de escritores consagrados.
As inscrições excederam as expectativas e foram entregues mais de duas centenas de poemas a alunos, professores e funcionários, escolhidos em nome de S.Valentim.
Foi assim um dia de afectos, de amizade e amor, de frases feitas, colhidas pelos alunos na biblioteca da escola, fruto de uma escolha (primeiro nossa, depois deles) que se fez - sem dúvida - de leitura, pensamento e ponderação de palavras.
E que felizes ficarão os que receberam tal presente! De palavras feito.



Vem no fim da noite sem avisar
Dança no silêncio do teu olhar
A chamar por mim, a chamar por mim
Chega com a brisa que vem do mar
Brinca no meu corpo a desinquietar
Como um arlequim, como um arlequim
Chega quando quer e não quer saber
Nem do mal que fez ou que vai fazer
É um tanto faz crer ou não crer
Chega assim
Cavaleiro andante, louco e triunfante
Como um salteador
P'ra no fim
Nos deixar a contas
Com as palavras tontas
Que dissemos por amor..
E eu que jurei nunca mais cair
Nestes teus ardis nunca mais seguir
Esse teu olhar, esse teu olhar
De nada nos vale tentar fugir
Para quê negar ou sequer fugir
Desse mal de amar, Desse mal de amar
Chega quando quer e não quer saber
Nem do mal que fez ou que vai fazer
É um tanto faz crer ou não crer
Chega assim
Cavaleiro Andante
Louco e triunfante
Como um salteador
Para no fim nos deixar a contas
Com as palavras tontas que dissemos por amor..

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Saudade

Desespero.
Forma-se uma lágrima carnuda,
translúcida como um véu.
Sente-se uma tumultuosa tempestade,
um rancoroso mar,
um batimento acelerado,
uma angústia por terminar.
Tudo é como uma noite fria,
como um suspiro prolongado,
um arrepio de tristeza,
escridão.
Ouvem-se gritos de silêncio,
~cãnticos melancólicos,
sinfonias prolongadas.
Saudade,
uma memória para recordar,
um sorriso, uma palavra.
Uma imagem multicolor,
um cristal a tilintar,
momento ancestral por reviver.
Saudade de um sol quente,
de uma verde paisagem,
de esperança.
Passado apenas pode ser relembrado,
sonhado com alegria,
vivido com mágoa,
com saudade.

Rita Silva, nº18, 8ºB

Querer...

Quero nos teus braços estar,
Quero ir para outro lugar,
Quero muito estar feliz e passear,
Quero parar de julgar!

Serei a única a querer?
Serei a única a consegui-lo dizer?
Eu acho que toda a gente se está a esquecer,
De que a vontade é querer!

Fomos felizes,
Mas já não somos
Costumavas querer,
E assim gostavas de viver!

Mas como não podemos tudo ter
Vamos continuar a viver,
O meu coração irá continuar a amar,
Podes é não seres tu a lá estar!




Elsa Silvestre nº7, 9ºD

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cada lágrima

As lágrimas escorrem
pelo rosto suave, rios imensos
se formam nos meus verdes olhos
dentro da mim, sentimentos intensos.

Quando a solidão aparece
a tristeza toma conta de minha alma inteira
mas ao ser ultrapassa
nada se torna numa barreira!

Se cada lágrima corrida
for derramada por pouco
ao mínimo problema
tudo nos parece um sufoco

Há momentos difíceis,
outros nem tanto
muitos são fortes e superam
e outros morrem num pranto!

Quero ser forte, superar tudo
mas muitas vezes o abismo encontro
caiu sem rumo, mas um anjo
me ajuda e traz-me de novo o conforto.


Noémia Simões, 9ºD

Sentimentos de uma vida

No dia em que te conheci
Não tive a noção
Que me viria a apaixonar por ti
E que te tornarias a minha maior paixão.

Nesse tempo que tive para te conhecer
Muita coisa consegui perceber
Tinhas mudado o meu viver
E por ti a tudo e a todos iria sobreviver

Muitas vezes me fizeste chorar
E muitas outras me puseste a rir
Eram tantos sentimentos à mistura
Que nunca iria querer ver-te partir.

Eras assim como um sonho tornado realidade
O conto de fadas que todas as raparigas sonham ter,
Eras aquele muito especial e importante
O único com quem eu queria permanecer.

Foste um enorme sorriso
Foste o brilho do meu olhar
Foste aquela chama
que ardia sem parar.

Foste o meu grande amor
Que mais tarde veio a desaparecer,
Com tantas discussões pelo meio
Já não sabia se te queria ter.

Houve noites passadas em branco
Em que só sabia chorar
Pensava em nós e em todo o nosso passado
E se mais alguma vez o sentimento iria voltar.

E agora quando te vejo na rua
O meu mundo parece desabar
Mas, não consigo evitar
E não desvio o meu olhar.

Apesar de tudo o sentimento perdura
E acho que tão depressa não vai mudar
Nada consegue substituir
Aquela forma de amar.

O nosso amor no final
Foi uma grande desilusão,
Parecia apenas um amor de criança
Quando , afinal, vinha do fundo do coração.

Eliana Rodrigues nº11 9ºA

Sentimentos de uma vida

No dia em que te conheci
Não tive a noção
Que me viria a apaixonar por ti
E que te tornarias a minha maior paixão.

Nesse tempo que tive para te conhecer
Muita coisa consegui perceber
Tinhas mudado o meu viver
E por ti a tudo e a todos iria sobreviver

Muitas vezes me fizeste chorar
E muitas outras me puseste a rir
Eram tantos sentimentos à mistura
Que nunca iria querer ver-te partir.

Eras assim como um sonho tornado realidade
O conto de fadas que todas as raparigas sonham ter,
Eras aquele muito especial e importante
O único com quem eu queria permanecer.

Foste um enorme sorriso
Foste o brilho do meu olhar
Foste aquela chama
que ardia sem parar.

Foste o meu grande amor
Que mais tarde veio a desaparecer,
Com tantas discussões pelo meio
Já não sabia se te queria ter.

Houve noites passadas em branco
Em que só sabia chorar
Pensava em nós e em todo o nosso passado
E se mais alguma vez o sentimento iria voltar.

E agora quando te vejo na rua
O meu mundo parece desabar
Mas, não consigo evitar
E não desvio o meu olhar.

Apesar de tudo o sentimento perdura
E acho que tão depressa não vai mudar
Nada consegue substituir
Aquela forma de amar.

O nosso amor no final
Foi uma grande desilusão,
Parecia apenas um amor de criança
Quando , afinal, vinha do fundo do coração.

Eliana Rodrigues nº11 9ºA

A Maldição de um tempo

A Maldição de um tempo
Controlas o tempo que me escorre pelos dedos
e que à beira deste leito eu quero quebrar
eu sei que nesta noite não existem segredos
mas quem sou eu para no tempo mandar?!

Cada minuto avança apressadamente
e vejo que os degraus começam a ceder
na escada da vida não há decididamente
lugar para aqueles que querem retroceder.

A chama que invadia o meu coração
dá agora apenas um pequeno foco de luz
já não arde, já não queima, mas tornou-se numa ambição
aquela que ainda hoje me conduz.

Ao avançar cada ponteiro
as últimas lágrimas tendem a verter
chegou o momento derradeiro
aquele contra o qual não posso mais combater.

Na claridade destas águas inocentes
vi um fino fio de sangue escorrer
onde à deriva navegavam os insolentes
vejo agora um tempo que teima em se desfazer.

Tempo esse que lançou a maldição
ao conquistar a população do nosso mundo
por mais que tente não encontro explicação
para um passado que se resume num segundo.

Inês Marques nº21 9ºD

A Maldição de um tempo

A Maldição de um tempo
Controlas o tempo que me escorre pelos dedos
e que à beira deste leito eu quero quebrar
eu sei que nesta noite não existem segredos
mas quem sou eu para no tempo mandar?!

Cada minuto avança apressadamente
e vejo que os degraus começam a ceder
na escada da vida não há decididamente
lugar para aqueles que querem retroceder.

A chama que invadia o meu coração
dá agora apenas um pequeno foco de luz
já não arde, já não queima, mas tornou-se numa ambição
aquela que ainda hoje me conduz.

Ao avançar cada ponteiro
as últimas lágrimas tendem a verter
chegou o momento derradeiro
aquele contra o qual não posso mais combater.

Na claridade destas águas inocentes
vi um fino fio de sangue escorrer
onde à deriva navegavam os insolentes
vejo agora um tempo que teima em se desfazer.

Tempo esse que lançou a maldição
ao conquistar a população do nosso mundo
por mais que tente não encontro explicação
para um passado que se resume num segundo.

Inês Marques nº21 9ºD

Concurso "Faça lá um poema"

Foram alguns os poetas da nossa escola que aderiram ao desafio lançado pelo Plano Nacional de leitura "Faça lá um poema", divulgado no nosso blogue.
O vencedor só podia ser um, o que nos dificultou muito a escolha, uma vez que todos revelavam grande talento.
Queremos desde já agradecer a participação de todos e homenagear os envolvidos com a publicação dos poemas em concurso.
O poema vencedor foi " A Idade do Armário", poema de Sofia Aurélio do 9ºD.
Deleitem-se com a beleza das palavras e juntem a estes mais dois poemas já editados "Sonho" e "Poesia" de Elsa Silvestre.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O murmurar dessa voz vinda

O murmurar dessa voz vinda
de parte incerta, que me chama além
é nela que me deixo ir, neste horizonte e mais ainda
é nela que hoje grito e vejo que não sou ninguém.

O tempo passa, os anos crescem
e vejo que em mim nada mudou
enquanto isso os meus sonhos desvanecem
como as cartas de um baralho que se desmoronou.

Nem tudo aquilo que procuro
tem resposta imediata e coerente
hoje ainda és o meu porto seguro
pois vejo nesse teu olhar reluzente.

Não há forma de contornar o inevitável
não há forma de descrever o indescritível
sei apenas que este sentimento é notável
sei apenas que o que passámos é inesquecível.
Inês

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Até o tempo me levar

Dizem que o amor
não nos leva alado nenhum
que só nos faz
sofrer, chorar e gritar.
Mas estão completamente
enganados!

O amor leva-nos tão longe,
faz-nos sonhar...
No fundo, faz-nos ser quem
queremos.

As pessoas traiem
porque não amam o suficiente, mas
só nisso têm razão
Faz-nos mesmo sofrer.

Aprendi que se não fizermos
aos outros aquilo que não queremos
que nos façam a nós,
os outros também não o fazem!

Eu não traio,
pois não quero que me façam o mesmo
mas amo
porque um dia serei amada.

Então, nesse dia estarei contigo,
para dizer que te amo!
Contigo quero ficar
até o tempo me levar!!!

Xana

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Cuando se pare de noche!

Cuando se
pare de noche,
miro el
ciclo para ver
las estrellas y
la luna...
Eres el dueno de
mi corazon y
siempre lo serás...
Veo tu rostro
marcado en la
luna brilhante...
Y en las estrellas,
tú escribes:
"Te quiero"
A tu lado,
soy la mujer
mas feliz
del mundo...

Andreia Resende nº1 7ºG

sábado, 29 de janeiro de 2011

Na minha mão tentas encontrar

Na minha mão tentas encontrar
o rumo que queres a meu lado seguir
mas sabes bem que contigo não poderei caminhar
pois os obstáculos desta vida não irão permitir.

Tento erguer-me e esquecer
este medo que continua aceso no meu interior
sei que o futuro ninguém o consegue prever
mas no meio desta multidão tento fugir ao clamor.

O teu olhar ainda transpira a ganância
que acabou por te consumir
embora eu não goste dessa tua relevância
não posso voltar a deitar-te cair.

Nunca poderei compactuar nessa tua decisão
porque este sim é o meu lugar
se dizes que ao escrever solto toda a minha emoção
tenta agora compreender o meu olhar.
Inês

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

27 de Janeiro: Dia Internacional de Memória do Holocausto

Primeiro levaram os judeus,
Mas não falei, por não ser judeu.
Depois, perseguiram os comunistas,
Nada disse então, por não ser comunista,
Em seguida, castigaram os sindicalistas
Decidi não falar, porque não sou sindicalista.
Mais tarde, foi a vez dos católicos,
Também me calei, por ser protestante.
Então, um dia, vieram buscar-me.
Mas, por essa altura, já não restava nenhuma voz,
Que, em meu nome, se fizesse ouvir.

[Poema de Martin Niemoller]

Estrofes Vicentinas

“ Auto da Barca do Inferno”
Obra escrita por Gil Vicente
É uma crítica à nossa sociedade
Que melhor retrata a nossa gente!

Sátiras e mensagens pensou
E na sua famosa obra as projectou,
Personagens-tipo e cómicas arranjou
E uma peça histórica encenou.

Todas aquelas personagens
Ao cais foram parar
Para que o Anjo e o Diabo
As pudessem julgar…

Eram muitas
Como a Alcoviteira e as suas enteadas
E poucas foram as
Que não foram condenadas.

Esta crítica social
só podia ser escrita por alguém especial
Esse alguém é Gil Vicente
Uma pessoa muito inteligente.

A peça que fomos ver
Foi de grande diversão
Foi a melhor visita de estudo
Na minha opinião…

Texto produzido a partir de quadras de alunos do 9ºA e 9ºD a propósito da representação a que assistiram no dia 13 de Janeiro.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Mais Palavras Ditas...

Outros declamadores



Diseur: Mário Viegas
Rifão Quotidiano

Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia

chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a

é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece

Mário Henriques Leiria



Diseur: José Luis Peixoto

Fotografia de Madrid

Madrid regressará sempre. São precisos anos
para aprender aquilo que apenas acontece com
a distância de anos. É por isso que posso afirmar
que Madrid regressará sempre. Não sei que tipo
de entendimento encontrámos. Eu e Madrid não
nos conhecemos bem. Sabemos o essencial e
inventamos tudo o resto. Tanto a minha vida,
como a vida de Madrid, já tiveram muitas formas.
No entanto, quando nos encontramos, somos
sempre o mesmo nome. Avaliamo-nos por
cicatrizes e pequenas marcas de idade.
Não estabelecemos metas, estamos cansados.
Eu e Madrid só queremos uma cama, mas,
se não houver, contentamo-nos com o chão e,
se não houver, contentamo-nos com um abraço.

José Luis Peixoto

sábado, 22 de janeiro de 2011

O 'diseur'

Ainda no 'rescaldo' da visita oa Museu do Teatro e da representação do Auto da Barca do Inferno, queríamos hoje falar-vos de uma figura do teatro que não foi referida nessa visita, mas que tem lugar de destaque na História do Teatro em Portugal: João Villaret.

Passaram ontem 50 anos sobre a sua morte. Com uma carreira multifacetada no espectáculo português, foi um dos responsáveis por levar a Poesia ao grande público, através da rádio e da televisão.

Declamar é uma das muitas artes de palco. E Villaret fazia-o como ninguém!

Numa tradição cultural que recebeu muita influência de França, o actor-declamador era frequentemente conhecido por 'diseur'.

Foi assim que aprendemos a gostar de muitas das palavras da Poesia Portuguesa: na voz e na interpretação do 'diseur' João Villaret, que aqui vos apresentamos num dos seus temas mais famosos, com um vídeo em que podem conhecer algumas das imagens que nos legou, para a História do Teatro e da Poesia em Portugal.



FADO FALADO

Fado Triste
Fado negro das vielas
Onde a noite quando passa
Leva mais tempo a passar
Ouve-se a voz
Voz inspirada de uma raça
Que mundo em fora nos levou
Pelo azul do mar
Se o fado se canta e chora
Também se pode falar

Mãos doloridas na guitarra
que desgarra dor bizarra
Mãos insofridas, mãos plangentes
Mãos frementes e impacientes
Mãos desoladas e sombrias
Desgraçadas, doentias
Quando à traição, ciume e morte
E um coração a bater forte

Uma história bem singela
Bairro antigo, uma viela
Um marinheiro gingão
E a Emília cigarreira
Que ainda tinha mais virtude
Que a própria Rosa Maria
Em dia de procissão
Da Senhora da Saúde

Os beijos que ele lhe dava
Trazia-os ele de longe
Trazia-os ele do mar
Eram bravios e salgados
E ao regressar à tardinha
O mulherio tagarela
De todo o bairro de Alfama
Cochichava em segredinho
Que os sapatos dele e dela
Dormiam muito juntinhos
Debaixo da mesma cama

Pela janela da Emília
Entrava a lua
E a guitarra
À esquina de uma rua gemia,
Dolente a soluçar.
E lá em casa:

Mãos amorosas na guitarra
Que desgarra dor bizarra
Mãos frementes de desejo
Impacientes como um beijo
Mãos de fado, de pecado
A guitarra a afagar
Como um corpo de mulher
Para o despir e para o beijar

Mas um dia,
Mas um dia santo Deus, ele não veio
Ela espera olhando a lua, meu Deus
Que sofrer aquele
O luar bate nas casas
O luar bate na rua
Mas não marca a sombra dele
Procurou como doida
E ao voltar da esquina
Viu ele acompanhado
Com outra ao lado, de braço dado
Gingão, feliz, levião
Um ar fadista e bizarro
Um cravo atrás da orelha
E preso à boca vermelha
O que resta de um cigarro
Lume e cinza na viela,
Ela vê, que homem aquele
O lume no peito dela
A cinza no olhar dele

E o ciume chegou como lume
Queimou, o seu peito a sangrar
Foi como vento que veio
Labareda atear, a fogueira aumentar
Foi a visão infernal
A imagem do mal que no bairro surgiu
Foi o amor que jurou
Que jurou e mentiu
Correm vertigens num grito
Direito ou maldito que há-de perder
Puxa a navalha, canalha
Não há quem te valha
Tu tens de morrer
Há alarido na viela
Que mulher aquela
Que paixão a sua
E cai um corpo sangrando
Nas pedras da rua

Mãos carinhosas, generosas
Que não conhecem o rancor
Mãos que o fado compreendem
e entendem sua dor
Mãos que não mentem
Quando sentem
Outras mãos para acarinhar
Mãos que brigam, que castigam
Mas que sabem perdoar

E pouco a pouco o amor regressou
Como lume queimou
Essas bocas febris
Foi um amor que voltou
E a desgraça trocou
Para ser mais feliz
Foi uma luz renascida
Um sonho, uma vida
De novo a surgir
Foi um amor que voltou
Que voltou a sorrir

Há gargalhadas no ar
E o sol a vibrar
Tem gritos de cor
Há alegria na viela
E em cada janela
Renasce uma flor
Veio o perdão e depois
Felizes os dois
Lá vão lado a lado
E digam lá se pode ou não
Falar-se o fado.

Composição: Aníbal Nazaré e Nelson de Barros

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Vida

Os ossos partem-se,
Os orgãos rebentam,
A carne rasga-se...
Podemos cozer a carne,
reparar o dano,
diminuir a dor...
Mas quando a vida cede,
quando nós cedemos...
não há ciência,
não há regras impostas;
Temos de seguir o nosso caminho...
E para mim,
não há nada melhor
e não há nada pior.
Continuamos a vida sem nos cortarmos,
sem nos magoarmos.
Vida,
morta ou viva continuarei.
Mancha

Auto da Barca do Inferno - Companhia "O Sonho"


Fid.
Que leixo na outra vida
quem reze sempre por mi.

Dia.
Quem reze sempre por ti?!...
Hi, hi, hi, hi, hi, hi, hi!...
E tu viveste a teu prazer, cuidando cá guarecer[15]
por que rezam lá por ti?!...

Embarca! Hou! Embarcai!
que haveis de ir à derradeira!
Mandai meter a cadeira,
que assi passou vosso pai.

Fid.
Quê? Quê? Quê? Assi lhe vai?!

Dia.
Vai ou vem! Embarcai prestes!
Segundo lá escolhestes,
assi cá vos contentai.

Pois que já a morte passastes,
haveis de passar o rio.

Fid.
Não há aqui outro navio?

As Janeiras na Nossa Escola (20/01/11)


"Somos do Grupo Coral"

Levante-se ó patroa
Abra a porta da varanda
Deite alguns euros à rua
Para o grupo qu'aqui anda

Vimos cantar as Janeiras
Ó senhores venham escutar
Somos do Grupo Coral
Boas Festas lhes queremos dar
Uma gente tão bondosa
Nesta terra não conheço
Ajude a fazer as obras
Na Igreja de Carreço

Vimos cantar as Janeiras
Ó senhores venham escutar
Somos do Grupo Coral
Boas Festas lhes queremos dar

Venha-nos ouvir cantar
Não espreite no postigo
Boas festas lhe vem dar
Este grupo seu amigo

Vimos cantar as Janeiras
Ó senhores venham escutar
Somos do Grupo Coral
Boas Festas lhes queremos dar