quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Quando olhei para os teus olhos

Teus olhos cruzaram oceanos
Longamente tristes,
Sequiosos
Como flor aberta
Nas sombras em busca do sol.
Vieram com o vento
E com as ondas
Através dos bosques
e dos campos da beira-mar.
vieram até mim,
estudante,
triste, dum país do Sul.

Andreia Resende 8ºG

Somos quase sempre o que pensamos!

Somos quase sempre
O que pensamos!

E os pensamentos assolam-te
Devastam-te
Consomem-te
Pensas o que não queres
Queres o que jamais pensaste

Dúvidas,
Incertezas,
Façanhas,
Proezas

Se pensas que tudo é fácil
Contraria o pensamento
Há lutas no dia a dia
Levadas com sabedoria
Te dão grande ensinamento

E se pensares que és um ser forte
Audaz
Capaz

Então,

Segue esse teu pensamento
Ele dar-te-á o alento
Vencerás qualquer momento

Nunca penses desistir
Isso é sinónimo de fraqueza
Associa o pensamento
Ao Amor
À Beleza
À criação da Natureza

Mas já paraste para pensar
Que nem tudo é passageiro?

Uma sincera Amizade
Um Amor Verdadeiro


Pensa na dádiva da Vida
Do poder do pensamento
És o que nunca pensarias ser
Poderás ser muito, basta querer




E se pensas que pensaste
Que o pensamento é leal
Desengana-te!
Ele trai a cada instante
Tens de estar bem vigilante

Controla-o!

Não és tu afinal
O Ser mais especial?


Mas se um dia o teu pensamento
Te desviar da razão
Então,
Não entres em aflição!

Descobre bem lá no teu fundo
O poder do coração


Outubro 2011
Fany

Doce Maçã……de Alcobaça

"O que é nacional é bom", dizia um slogan antigo. Por maioria de razão o que é regional, melhor ainda é.
Aqui temos pois um produto muito nosso: um poema feito por uma Poetisa da Escola sobre a Maçã de Alcobaça!
As entregas dos correios atrasam por vezes a chegada dos embrulhos. :-)
Era para estar aqui no dia da alimentação, mas uma Maçã de Alcobaça vai bem em todos os dias em que nos alimentamos. Sempre saudavelmente (e regionalmente, e poeticamente).

Doce Maçã...de Alcobaça

Num pomar tão bem cuidado
Ali mesmo à beira-mar
Passou uma lagarta pintada
Lustrosa e bem aprumada
Querendo ali se instalar

Escolhera para companheira
Uma acolhedora casinha.
Pendurada numa macieira
Redonda e tão rosadinha

Era a doce e bela maçã
Das margens do Alcoa e Baça
Fruto muito apreciado
Bem zelado e bem cuidado
Com o rótulo de Alcobaça

Bom dia, bela maçã!
Fiz uma longa caminhada
Venho pedir permissão
Para morar na região
Criar minha pequenada

Cá por mim, pode ficar
Se contribuir para o meu bem-estar!

Não se trata de mania
Mas é que tenho alergia
Às mordeduras e picadas
De vermes e suas ninhadas

Ora essa!
Não precisa ficar tão corada!
Não é já tão molestada?
Bem a comem à dentada
E até é fatiada.
Está bem mal humorada!

É que sou muito ecológica
Tenho a polpa consistente
Desprezo os pesticidas
Muito mais os fungicidas
Sou mesmo muito exigente!

Preservo aroma, sabor e graça
Pois entre todas fui eleita
Embaixatriz da minha raça.

Maio 2009 Fany

Rimas dos Traquinas

É com muita alegria que registamos a primeira participação dos poetas mais jovens do nosso agrupamento.
No Centro Escolar de Alcobaça, a turma do 2º C, com a Professora Patrícia, desenvolveu um trabalho poético, criando rimas com os nomes dos elementos da turma.
Para assinalar este feliz acontecimento criámos uma nova "etiqueta" no nosso blogue: 1ºCiclo de Poetas. Assim será mais fácil procurar as produções literárias dos mais jovens.
Obrigada.
Bem-vindos!
Até à próxima!

As professoras

Helena e Leonor



Rimas dos Traquinas

O Alexandre é um menino grande.
A Ana Mafalda traz sempre uma fralda.
A Beatriz Bento tem um ritmo lento.
A Beatriz tem comichão no nariz.
O Bruno é muito amigo do Nuno.
A Carolina é uma linda menina.
O Denis perdeu o ténis.
A Érica grita como uma histérica.
O Guilherme põe o dedo no creme.
O Guilherme Mateus diz sempre adeus.
O João, ao lanche, devorou um pão.
O João Francisco comeu um belo petisco.
A Letícia escreveu uma notícia.
A Maria Inês adora jogar xadrez.
A Maria Luísa sabe fazer pizza.
A Mariana comprou uma banana.
A Matilde nem sempre é humilde.
O Miguel saboreou um pastel de mel.
O Nelson é primo do Milton.
O Sandro é muito malandro.
A Sofia perdeu a sua afia.
A Sofia Páscoa quer uma maçã, então eu descasco-a.
O Tomás bebe um sumo de ananás.
O Vítor Emanuel fez um borrão no papel.
O Vítor Hugo fez festas num texugo.

Alunos do 2º C, do Centro Escolar (Professora Patrícia)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Poesia

Poesia minha
Melhor amiga ,
Companheira de todos os dias,
Fiel seguidora,
Que me acompanha,
Pelo mundo do amor
E pela estrada da esperança…
Muitas noites conversamos,
Com o silêncio sou feliz,
Não temos segredos,
Tudo o que é meu
Também te pertence…
Nosso destino
É viver um para o outro,
Sonhamos juntas,
Somos almas gémeas
em cada verso,
passeamos pelos trilhos da imaginação,
não temos ciúmes
e nunca a saudade fará de nós
uma lembrança do passado…
no meio da noite
sinto a tua presença,
procuro inspiração,
levanto-me
e vou para a janela,
espero uma estrela cadente
que tu convidaste para passear nos meus versos…!

Andreia Resende, 8ºG

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dia da Alimentação - 16 de Outubro

A alimentação é uma das necessidades básicas do Homem que sempre ocupou parte do seu tempo e das suas energias.
Tempos houve em que os grupos humanos gastavam muita energia para conseguirem algum alimento: imagine-se a energia gasta nas grandes caçadas ou na recolecção de alguns frutos e raízes dispersos num imenso vale! Actualmente parece que muitas pessoas consomem muito mais valores energéticos do que aqueles que gastam: daí surgem muitos problemas, como a obesidade, a diabetes e outros.
Por isso consideramos muito importante chamar a atenção para a necessidade de ter uma alimentação equilibrada e, como não podia deixar de ser, também na Poesia encontramos muitos trechos sobre o assunto.
Aqui deixamos alguns, de poetas consagrados, dos dois lados do Atlântico:

Os frutos

Pêssegos, pêras, laranjas,
Morangos, cerejas, figos,
Maçãs, melão, melancia,
Ó música de meus sentidos,
Pura delícia da língua;
Deixai-me agora falar
Do fruto que me fascina,
Pelo sabor, pela cor,
Pelo o aroma dos sílabas:
Tangerina, tangerina



Eugénio de Andrade

Poema às massas

Amassa a massa o padeiro,
vende massa o merceeiro,
usa massa o vidraceiro
e também o cozinheiro.

Na Avenida e no Rossio
passam massas populares,
as canções que as massas cantam
vão voando pelos ares.

Ó ladrão, senhor ladrão,
responda, mas não se zangue,
a mania de roubar
está-lhe na massa do sangue?

Perdi todo o meu dinheiro,
fui pedir massa emprestada,
mas a massa que me deram,
vejam - foi massa folhada!

Uma massa, outra massa...
Com tanta massa amassada,
digam lá se este poema
não é mesmo uma maçada!

Luísa Ducla Soares


Sentimental

Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
e debruçados na mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.

Desgraçadamente falta uma letra,
uma letra somente
para acabar teu nome!

- Estás sonhando? Olhe que a sopa esfria!
Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências, um cartaz amarelo:
"Nesse país é proibido sonhar."

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 9 de outubro de 2011

Consigo ver por entre o teu olhar

Consigo ver por entre o teu olhar
que toda aquela chama se apagou
pelo meu nome não voltaste a chamar
e aquela melodia não mais tocou.

Não sei porque insistes em permanecer
junto a esse banco de jardim perfumado
é certo que anseio por te voltar a ver
mas sei que não podemos mais estar lado a lado.

Carrego o peso de um triste final
sabendo que não havia como evitar
sigo os passos que contigo tracei neste areal
e recordo-me das memórias vividas neste mar.

Só queria achar uma simples razão
mas sei que é tarde para tal acontecer
já não sinto o calor da tua mão
e presinto a frieza deste triste anoitecer.

Inês

É estranha esta sensação de liberdade


É estranha esta sensação de liberdade
ao longo da praia tento encontrar
talvez a resposta para esta saudade,
saudade esta que acabaste por me deixar.

Não sei bem qual é o meu lugar
então vou andando ao sabor do vento
já nada tenho a perder e muito menos a ganhar
queria apenas parar o tempo neste momento.

Com essa tua maneira de ser
transformaste toda a minha vida
pegaste na minha mão e fizeste-me compreender
que para tudo há sempre uma saída.

Caminha a meu lado e não me largues mais
deixa-me mergulhar nesta fantasia
sentada olho o horizonte neste cais
e penso que ter-te aqui era o que eu mais queria.
Inês







sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Eis que nos chegam os primeiros poemas deste ano letivo, continuam bonitos e espelham muito do vai na lama desta poetizas, que ao longo dos últimos anos partilharam connosco textos muito expressivos.

Elas partiram... Iniciaram um novo percurso no ensino secundário, e desde já fazemos votos para que tudo corra pelo melhor nesta nova etapa escolar; para nós é particularmente perceber como se mantêm unidas a nós e a este cantinho onde a poesia é rainha...

Não sei o que fazer

Estou presente,

Mas a minha alma

Paira sobre outra praia,

Uma praia calma,

Calma mas agitada

Desnorteada, assustada

E mais alguns acabados em «Ada»!

Estou na aula,

Aparentemente atenta,

Mas a minha cabeça

Vai de oito a oitenta

Sem que nenhuma parte de mim estremeça

Até que…

Algo ou alguém captou a minha atenção

Foi como disparar o meu coração!

De repente as minhas mãos começam a tremer

Porque nem acredito que voltaste atrás para me ver!

Eu nunca pensei

Que alguma vez pudesse conhecer

Alguém como tu

Alguém que em poucos dias

Se tornou «NA» pessoa!

Acho que nem acreditarias

Se te dissesse o quanto me fazes tremer

Cada vez que te vejo

De cada vez que estive para falar contigo

Mas que não fui capaz!

Hoje em dia os computadores ajudam

Ajudam mas não deviam de ajudar

Porque assim vou para sempre continuar

A tremer cada vez que para ti olhar!

Não sei o que fazer

Estás sempre no meu pensamento,

Na minha cabeça quase que parece um julgamento!

Em que o réu é o meu coração!

Será que o juiz o vai declarar culpado?

E o crime será paixão?

Não sei o que fazer,

Para parar de tremer…

Elsa Silvestre



Onde estás agora...


Onde estás agora que quero adormecer

onde estás agora que quero voar

sem ti nunca mais voltei a ter amanhecer

sem ti estou a tentar recomeçar.


Não vale de nada pensar

num final há já muito anunciado

pois tal como começou acabou por terminar

com um intenso olhar gelado.


Tudo mudou como da noite para o dia

naquele jardim deixei de te ver passar

recordo os momentos em que contigo sorria

mas que agora eu quero apenas apagar.


Gostava de ter tido tempo para te dizer

que nem tudo foi em vão

porque graças a ti acabei por entender

que na vida há sempre uma razão.


Inês Marques


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Parabéns Manuel!


É com muita alegria que noticiamos que Manuel Lopes, que foi durante 5 anos aluno desta escola, recebeu, no passado sábado, o prémio de melhor aluno do Secundário da Escola Secundária D. Inês de Castro, em Alcobaça.
Fomos ambas professoras do Manuel e queremos aqui deixar, pessoalmente, as nossas felicidades para o percurso que agora inicia no Instituto Superior Técnico.
Porque a poesia está presente nos momentos especiais, aqui deixamos um poema a todos os alunos que, como o Manuel, vão marcando a nossa vida docente.

Aos que passam pela nossa vida

Cada um que passa na nossa vida passa sozinho...
Porque cada pessoa é única para nós, e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa na nossa vida passa sozinho, mas não vai só...
Leva um pouco de nós mesmos e deixa-nos um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito, mas não há os que não levam nada.
Há os que deixam muito, mas não há os que não deixam nada.
Esta é a mais bela realidade da vida...
A prova tremenda de que cada um é importante
e que ninguém se aproxima do outro por acaso...


Saint-Exupéry (1900-1944)