quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Às vezes

Às vezes
Dizemos
O que não devemos dizer…
Ouvimos
O que não devemos ouvir…
Choramos
Por algo que não devemos chorar…
Sabes porquê?
Porque às vezes
Amamos
Quem não devemos amar!!!

Andreia Resende

As cores da poesia

As cores da poesia
No Outono as folhas caem
De todos os tons e cores
Muda-se também a comida
Mudam-se também os sabores

A poesia e a pintura
Dão largas à imaginação
E todos os anos no Outono
Toca-se uma nova canção

A chuva e a geada
Tornam os dias insuportáveis
Lembramo-nos então do Verão
E dos seus dias agradáveis

As palavras e as notas
Voam todas no ar
No papel e nas pautas musicais
Só temos de as apanhar

Numa época tão bonita
É tão fácil inventar
Menos o poema que a professora mandou
Esse já custa a conjecturar…



Maria Teresa Manzarra, 9ºB

Asas feridas

Quebraram-me as asas
Em criança,
Impediram-me de voar.
Prenderam a minha alma,
Não me deixaram sonhar


Entre medos e silêncios
Fui calando o que sentia
Fui crescendo inibida
Sendo de tudo proibida
Um mundo sem fantasia.


E cresci com sentimentos
De temor e insegurança
Percorri a adolescência
Numa enorme turbulência
Não guardo boa lembrança.


E o tempo foi passando
Deixando algo profundo
Perguntas por responder
Da vida, nada saber
Sem preparo para o mundo


Nunca impeçam um ser
De voar
De sonhar
Facilitem-lhe o saber
Dêem-lhe espaço para aprender
Ensinem-lhe o que é Amar.

Setembro 2009

Fany




Quebraram-me as asas .
Em criança,
Impediram-me de voar.
Prenderam a minha alma
Não me deixaram sonhar


Entre medos e silêncios
Fui calando o que sentia
Fui crescendo inibida
Sendo de tudo proibida
Um mundo sem fantasia.


E cresci com sentimentos
De temor e insegurança
Percorri a adolescência
Numa enorme turbulência
Não guardo boa lembrança.


E o tempo foi passando
Deixando algo profundo
Perguntas por responder
Da vida, nada saber
Sem preparo para o mundo


Nunca impeçam um ser
De voar
De sonhar
Facilitem-lhe o saber
Dêem-lhe espaço para aprender
Ensinem-lhe o que é Amar.

Setembro 2009

Fany

Quando vais soltar de novo esse olhar

Quando vais soltar de novo esse olhar

que lentamente me queima por dentro

sinto falta de te ver de novo brilhar

pois és tu e só tu onde eu me centro.



Ando nesta estrada de passagem

a tentar encontrar uma solução

sei que naquela manhã não foste uma miragem

de facto és muito mais do que purailusão.



Não sei onde ficar e os dias sãobanais

não sei onde pertenço nem quem sou

um "talvez" na nossahistória não é nada mais

do que aquilo que na minha memória ficou.



Saudade é algo que sinto no dia a dia

algo que aperta com força o coração

o que fizeste na minha vida foi pura magia

algo que fica para sempre como recordação.

Inês

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Errar

Fazer o que querer
Por vezes acabamos a perder.
Não queria mesmo vos desiludir
E sei que o fiz.

Mas agora não há volta a dar
Aprendemos com o verbo errar
E com o verbo recuperar,
Por muito que possa explicar
Nunca vou encontrar
Explicação possível,
Que corrigir o incorrigível!

Não consigo explicar o que sinto
Não quero repetir
Mas se disser “-nunca mais”,
Talvez minto.

Não vou por maus caminhos
Nem por poças e espinhos,
Estou a descobrir…
Sei que não devia,
Mas a verdade e que me apetecia,
E o desejar sobrepôs-se ao superar
E daí gerou o fracassar.

Só resta aprender
E viver

Elsa Silvestre

Procura a Felicidade

No esplendor da juventude
Sem se antever a velhice
Vive-se a vida a correr
Ávidos de tudo querer
Esvai-se….. a meninice

Vive-se, sem se viver
Julga-se, sem se saber

Valoriza-se o efémero
O supérfluo e a vaidade
Procura-se incessantemente
O óbvio, o incoerente
Esquece-se a Felicidade

Então
Vem a desilusão
O vazio, a solidão
E surge a tal depressão

Falta amares-te a ti próprio
Viver com o coração
Louvar o que existe na vida
Agradecer, dar a mão

É tempo de mais Amor
Ouve o teu interior!

Alcança o “tal segredo “
Que dentro de ti existe
Agarra o bom pensamento
Agradece cada momento
Sê Feliz, persiste !

A vida é curta que baste
Por si só, o tempo voa
Tu muito podes fazer:
Valoriza o aprender
Ama todo e qualquer Ser
E cresce para perceber
A dádiva do teu viver



Fanny

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Amostra Sem Valor

"Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível;
com ele se entretém
e se julga intangível.


Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.


Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo."

António Gedeão

Onde está a paz do mundo?

Onde está a paz deste mundo?
Em que lugar?
Preciso de saber
Para acabar com esta guerra…!
Acabar com este sofrimento
Que muitos partilham…
A única coisa que eu desejo intensamente
É que haja paz
No nosso mundo…!

Andreia Resende, 8º G

Nem sempre sou forte!

Quando menos esperamos
Tudo pode mudar
Na vida tudo é a acaso
Não podemos controlar

Em cada simples dia
Algo de novo achamos
Sem mapa ou bússola
Desorientados mergulhamos

Ao nascer do dia
Nada me parece orientar
Mas na hora da escuridão
Tudo consigo conquistar

De que me serve achar
Que sou a maior
Quando no fundo nada conheço
E por final só vem o pior?

A cada segundo peço
Um pequeno e simples sinal
Não quero desistir disto
Porque o vivo com um ar triunfal!

Noémia Simões

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Para Escrever o Poema

O poeta quer escrever sobre um pássaro:
e o pássaro foge-lhe do verso.
O poeta quer escrever sobre a maçã:
e a maçã cai-lhe do ramo onde a pousou.


O poeta quer escrever sobre uma flor:
e a flor murcha no jarro da estrofe.


Então, o poeta faz uma gaiola de palavras
para o pássaro não fugir.


Então, o poeta chama pela serpente
para que ela convença Eva a morder a maçã.
Então, o poeta põe água na estrofe
para que a flor não murche.


Mas um pássaro não canta
quando o fecham na gaiola.


A serpente não sai da terra
porque Eva tem medo de serpentes.


E a água que devia manter viva a flor
escorre por entre os versos.


E quando o poeta pousou a caneta,
o pássaro começou a voar,
Eva correu por entre as macieiras
e todas as flores nasceram da terra.
O poeta voltou a pegar na caneta,
escreveu o que tinha visto,
e o poema ficou feito.

Nuno Júdice

Amigo

Amigo
Não magoa,
Não trai
Não fala por falar.

Amigo
Não julga,
Não se importa com as aparências.

Amigo
É mesmo amigo
Amigo é a verdade.

Andreia Resende 8º G

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Um tesouro

A poesia esconde-se a cada canto da nossa vida, a inspiração que muitas vezes teimamos em não deixar dominar-nos, a pretexto que não temos jeito para escrever em verso, espreita em cada um dos nossos gestos, basta fechar os olhos, deixar fluir as emoções e esperar que a caneta desenhe a nossa alma de poeta, o resultado pode surpreender-nos ou surpreender se o partilharmos.
Aqui fica um bom exemplo de partilha neste poema coletivo elaborado pelos alunos do 9º B, que após a leitura e interpretação do conto "O tesouro" de Eça de Queirós, recontaram a história em verso.
Muitos parabéns!!!

O Tesouro

Havia em Medranhos
Três fidalgos muito estranhos
Viviam rotos e pobres,
Não viviam como nobres
Numa manhã de primavera,
Que tal alegria nunca lhes dera,
Encontraram um tesouro
Cheio de dobrões de ouro.
Mas este, muita desconfiança causou
E cada um, uma chave tirou.
Enquanto Guanes foi à civilização
Rui, o seu plano pôs em ação.
Numa emboscada
Por Rui planeada,
Guanes levou uma facada.
Rostabal, que a facada deu
Às mãos de Rui, também morreu.
Rui pensara
Que o seu plano triunfara,
Mas Guanes a perna lhe passara.
Quando o vinho bebeu,
A sua vida perdeu.
Assim a vida de todos terminara
Sem ouro e sem nada.

Poema coletivo dos alunos do 9º B

No meio de todo este barulho ensurdecedor

No meio de todo este barulho ensurdecedor

tento lembrar-me de todas aquelas feições

procuro por ti tentando fugir ao clamor

de rostos em que trespassa o medo e as desilusões.



O amanhecer permanece gelado

e eu já sem uma única razão

tento ficar uma última vez a teu lado

mesmo no meio de toda esta confusão.



Olhos nos olhos quero achar

uma forma de te dizer

que é contigo que eu quero ficar

sabendo os riscos que isto pode trazer.



O tempo por nós passou

mas aquela memória não desaparece

sei que em mim nada mudou

pois quem ama nunca esquece.

Inês