segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Ó mar salgado, quanto do teu sal

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
 
Fernando Pessoa
Assinalou-se ontem a data da morte de Fernando Pessoa (1935)

Sem comentários:

Enviar um comentário