Seguem três bonitos poemas de Luana e um de Fernando Pessoa que se enquadra nesta temática
Esquece a força para lutar
Esquece os dias de sol,
Esquece as notas, e a clave de sol.
Esquece tudo o que conheces,
Nada do que pensas que sabes, é verdade.
Não sei o que pareces...
Tenho muita saudade.
Extenuante, é a minha vida,
Cansada de viver, eu estou.
Tenho toda a lição de vida obtida,
Pessoa cheia de emoções e sou...
Esquece o amor,
Relembra a dor...
Passado... eu gostava de o reviver,
Nada de preocupações em crescer.
Com ninguém eu quero falar,
Com toda a gente me quero calar,
Sem força para lutar,
Nenhuma batalha eu sou capaz de travar...
Sentimos a mesma
dor
Não quero
acreditar que é verdade,
Estou longe de ti
há tanto tempo...
É tão profunda a
dor da saudade.
Quero mais!...
Não quero apenas
falar ao telefone,
Quero ver as tuas
feições, quero entender os teus sinais...
Lembras-te do
último dia, aquele em cantámos pelo mesmo microfone...
Lembras-te
daqueles dias de primavera,
Estávamos sentados
no banco de jardim.
Éramos tão felizes
naquela era.
Eu sei que continuas
a gostar de mim...
Não quero
acreditar que é verdade,
Estou longe de ti
há tanto tempo...
É tão profunda a
dor da saudade.
O destino é
cruel...
Mas não vamos
lutar,
Os dias dos
rebuçados de mel...
No fim o amor vai
triunfar.
Luana Nascimento. 7º A FEM
Mentira
Eu minto, tu mentes, ele mente,
Sobre algo, obviamente...
Eu minto, tu mentes, ele mente,
Sobre algo que se sente...
Eu minto, tu mentes, ele mente,
Só porque sim, por e simplesmente...
Mentir ou omitir a verdade,
Para experimentar, pela curiosidade...
Mentir para proteger,
As pessoas que querem crer...
Eu minto, tu mentes, ele mente,
Acontece, nem que se tente...
Uma grande mentira se conta,
Grandes consequências para uma confronta...
Eu minto, tu mente, ele mente....
Luana Nascimento. 7º A FEM
Cansaço
O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
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